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Com uma população de aproximadamente 213 milhões de pessoas e uma conexão histórica com Portugal, país que participa regularmente do festival, você acha mesmo que não teria brasileiro metido no Eurovision? Se tem alguma coisa legal rolando por aí, nós estaremos lá. É o nosso espírito!

O Kolibli listou 10 momentos em que os nossos irmãos e irmãs tupiniquins de alguma forma marcaram presença no maior festival musical do mundo.

1. Miriam Christine, a primeira cantora brasileira a participar do Eurovision…

Em 1996, Miriam Christine se tornou a primeira brasileira a participar do Eurovision. Nascida em Goiás, mas radicada na ilha de Gozo em Malta, Miriam representou o país mediterrâneo com a música “In a Woman’s Heart”. O resultado foi um modesto 10° lugar, mas muito mais que suficiente para entrar na história da relação entre o Brasil e o festival.

2. … saúda a segunda, Laura Rizzotto

Justamente no festival sediado por Portugal em 2018, tivemos a participação da letã-brasileira Laura Rizzotto. Nascida no Rio de Janeiro, a cantora é filha de pai letão-brasileiro e mãe letã com ascendência portuguesa. Com a canção “Funny Girl”, ela venceu a seletiva nacional da Letônia (Supernova) e ganhou o direito de representar o país báltico no festival. Para a nossa infelicidade, ela acabou terminando em 12° na segunda semifinal e foi eliminada.

3. Tivemos também uma participante que tinha raízes no Brasil

Em 2013, a cantora austríaco-americana Natália Kelly foi selecionada para representar o país europeu no festival. Filha de mãe brasileira, Natália também teve o mesmo fim de Laura Rizzotto e terminou desclassificada na semifinal (14° lugar).

4. Quase vencemos um Eurovision, mas não cantando

No Eurovision 2019, o grupo Keiino representou a Noruega com a canção “Spirit In The Sky”, que eventualmente se tornaria um dos maiores sucessos oriundos do festival naquele ano. Apesar de uma votação pouco expressiva entre os jurados, o país foi o mais votado pelo público e conseguiu terminar em 6° lugar no festival. E cadê o brasileiro nessa história?

O capixaba Eduardo Lobo, editor de vídeos, foi o responsável pela criação e desenvolvimento dos complementos visuais que acompanharam a performance de “Spirit In The Sky”. A concepção destes elementos é uma das etapas mais cruciais para o sucesso ou fracasso de uma canção no Eurovision, já que, acima de tudo, a competição é feita para a televisão.

5. Só isso de brasileiro? Sim, mas não podem dizer que não tentamos

Cantando ou compondo, os brasileiros tentam participar do Eurovision há um bom tempo. Na ocasião mais recente (2023), a mineira Ella A participou da seletiva nacional da Noruega (o Norsk Melodi Grand Prix) com a música “Waist”. Apesar de todo o tempero brasileiro na faixa e a influência do nosso funk, a cantora não conseguiu ir para a final (mas esperamos que volte).

 

Em 2006, a baiana Simone Moreno tentou a sorte no Melodifestivalen (seletiva sueca) com a canção “Aiayeh (The Music of Samba)”, mas acabou eliminada na semifinal do programa.

Em 2017, João Paulo Peças – então integrante do grupo Viva La Diva – quase se tornou o primeiro cantor brasileiro a competir no Eurovision. Mesmo sendo os favoritos do público português, o grupo acabou esbarrando na baixa votação dos jurados do Festival da Canção (seletiva do país), que acabaram coroando Salvador Sobral. Acreditamos que nem os membros do Viva La Diva se sintam tristes com essa derrota, pois Salvador foi responsável naquele ano pela primeira e única vitória de Portugal no Eurovision.

No ano seguinte, um rosto familiar aos brasileiros escreveu uma música para o Festival da Canção: Mallu Magalhães. A popularidade da cantora, entretanto, não foi o suficiente para garantir o sucesso da intérprete Beatriz Pessoa, que acabou por não conseguir ir para as finais do programa.

E em 2022, a carioca Blacci tentou a sorte no festival com a música “Mar no Fim”, mas também acabou eliminada na semifinal.

6. Teve até uma impostora! (brincadeira)

No Eurovision 1991, a cantora Bebi Dol representou a Iugoslávia com a canção “Brazil”. Apesar do nome, ela não tem conexão alguma com o nosso país, e tampouco canta algo em português, já que a música é toda em sérvio-croata.

O carisma e o “cha-cha-cha” de Bebi Dol não foram suficientes para alavancar o sucesso de “Brazil” no festival, terminando em penúltimo lugar com apenas um ponto.

7. Nossa música é muito popular, então inspiramos muitos

Foto: Michael Campanella

Assim como o Brasil com certeza já dançou ao som de artistas eurovisivos como Abba e Céline Dion, a recíproca é indiscutível. É impossível listar toda a gama de cantores influenciados de alguma forma pela nossa música – e, em especial, os portugueses. Entretanto, um deles se destaca: Salvador Sobral. O vencedor do Eurovision 2017 com “Amar Pelos Dois” – que por si só já lembra vagamente a nossa bossa nova – é fã declarado da música brasileira, que segundo ele “teria o formado”.

8. Aliás, Salvador Sobral é fã de Caetano Veloso e o convidou para cantar no festival

Imagina ter o prazer de poder cantar com um de seus cantores favoritos? E não só isso, ter a torcida dele também?

Foi o que aconteceu com Salvador Sobral, que antes mesmo de vencer a competição, já tinha a torcida de Caetano Veloso. Os dois acabaram se conhecendo assim que o português ganhou projeção internacional, e o brasileiro acabou sendo convidado para ser atração na final do Eurovision 2018. A performance conjunta de “Amar Pelos Dois” talvez seja o momento mais tupiniquim da história do festival, com um destaque especial dado pelos câmeras às bandeiras brasileiras presentes na arena.

Outro fato interessante é que “Amar Pelos Dois” acabou sendo trilha da novela da Globo “Tempo de Amar” (2017/2018). O fato “abriu caminhos” para que tivessemos outra música do Eurovision nos folhetins: “Snap” (Armênia 2022), que faz parte da novela “Terra e Paixão” (2023).

9. O interesse pelos brasileiros no festival ainda é pequeno, mas cresce cada vez mais

A cada ano, a hashtag “#Eurovision” tem aparecido mais entre os assuntos mais comentados no Twitter. Assim como o telespectador comum do festival, os picos de atenção parecem ser mais voltados para a final do programa. Grupos de fãs, como o Eurovision Brasil no Facebook, já contam com mais de 1,2 mil membros e muitos outros não param de surgir.

O interesse em presenciar o festival também é notável. Em 2018, edição sediada por Portugal, a compra de ingressos por brasileiros superou a de nacionalidades que de fato participam do Eurovision, como Lituânia, Estônia e República Tcheca.

10. E quando vamos, proporcionamos cenas bem brasileiras

Como dito na introdução do post, não duvide da onipresença dos brasileiros. Bandeirinhas do nosso país já são comuns no festival, como no próprio vídeo da performance de Salvador Sobral e Caetano Veloso. Está entediado? Brinque de procurar bandeiras brasileiras nas performances colocadas no canal do Eurovision.

Muitas vezes, aparecemos em momentos não tão oportunos, como segundos antes de um homem com a bandeira da Austrália invadir o palco e mostrar a bunda durante a performance da então atual vencedora Jamala em 2017.

Se a bandeira do Brasil já é algo meio banal, vamos partir para a dos nossos times! Foi o que fez a pessoa flagrada durante a icônica pausa na música de Lea Sirk durante o Eurovision 2018. Assista o momento exato em que o Grêmio entra em ação.


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