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10. “Reconstrução” — Tiago Iorc

Após “Desconstrução”, faixa que abre o álbum surpresa de Tiago Iorc e repagina um dos clássicos de Chico Buarque, o projeto entra uma irritante inércia, principalmente do ponto de vista da produção. É um projeto do gênero “cantor-compositor” que não fede, não cheira e no máximo me deixa com um sorrisinho meio amarelo (como na faixa “Tangerina”).

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9. “Happiness Begins” — Jonas Brothers

“Happiness Begins”, primeiro álbum dos Jonas Brothers em nove anos, sepulta a energia que já foi vista em canções como “SOS” ou “Burning Up”, e as substitui por um pop rock pálido que nem Magic ou Maroon 5 se atreveriam a fazer atualmente. Quando não te entedia com “Sucker”, “Happiness Begins” te faz pensar “ei, já ouvi isso em algum lugar” como na Aviici-esque “Rollercoaster”.

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8. “Shadow Works” — Kerli

É inegável que a cantora estoniana Kerli é talentosa e tem uma estética própria bem defenida, mas “Shadow Works” não fez jus a todos os anos de hiato dela. O álbum é uma experiência pouco inspirada de electropop (com toques de future bass) que soa enfadonho e repetitivo.

Chance The Rapper mostra estar feliz com seu casamento em The Big Day, mas não corresponde às expectativas

7. “The Big Day” — Chance the Rapper

Não há nada de errado em estar tranquilo consigo mesmo e animado por conta de seu casamento, mas Chance extrapolou o limite do bom senso com o genérico álbum “The Big Day”. Esqueça a qualidade do refinado “Acid Rap”; ou melhor, o relembre, já que é melhor revisitar este projeto bem sucedido do que investir em uma odisseia de mais de uma hora de pop rap vazio.

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6. “Head above water” — Avril Lavigne

Após batalhar por anos contra a doença de Lyme, Avril Lavigne lança o álbum “Head Above Water”, que capitaliza pobremente as angústias e sofrimentos da cantora nesse período. Até gostamos de “Dumb Blonde”, faixa bem alinhada com o som tradicional da cantora, mas o que ela faz em um projeto desses? Quando não soam fora da vibe do álbum, as canções de “Head above Water” ficam no limite do medíocre ou do esquecível.

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5. “Hurts 2B Human” — Pink

Não sabemos se a culpa é nossa ao assinalarmos que o pop puro do álbum “The Truth About Love” (2013) era bom, já que a Pink seguiu nesse modelo de forma desinteressante com o álbum seguinte, “Beautiful Trauma”, e agora empurrou a vaca de vez para o brejo com “Hurts 2B Human”. Feito pela dona de vários hits memoráveis e conhecida pelo som ligado ao pop rock, “Hurts 2B Human” é um abandono total de Pink a qualquer sinal de personalidade ou singularidade.

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4. “TEMNIKOVA 4” — Elena Temnikova

A cantora russa Elena Temnikova tem uma voz muito suave, quase unilateral — e vocais com essa característica exigem mais do intérprete em relação à produção de uma música pop do que o normal. No ótimo álbum “Temnikova 3”, a sensação que ficou foi de que a cantora já teria esgotado, de uma vez por todas, as suas possibilidades criativas. Projeção feita, resultado condizente: o quarto álbum de Elena Temnikova, com a duração e tamanho próximos ao de um EP, é uma entediante viagem entre o pop e o trap que estraga a série de bons lançamentos da cantora.

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3. “In My Defense” — Iggy Azalea

De gravadora nova e som mais distante do pop rap, não haviam razões para que o segundo álbum da rapper australiana Iggy Azalea fosse, ao menos, recebido com curiosidade. Mas como fala o ditado popular, a curiosidade mata o gato — e aqui foi o caso de quem ouviu. “In My Defense” é um looping infinito de imagens e situações que só acontecem com uma pessoa que fantasia a ideia de ser rapper, mas não consegue colocar algo realmente autêntico em prática. A bem da verdade, o maior investimento artístico desse projeto ficou por conta dos videoclipes super produzidos utilizados para promover os singles.

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2. “Symptoms” — Ashley Tisdale

Embora as intenções tenham sido ótimas, a execução final de “Symptoms”, álbum que marca o fim do hiato de 10 anos da cantora pop Ashley Tisdale, é uma decepção completa. Assim como no item anterior sobre Avril Lavigne, a cantora tentou colocar em pauta problemas que a impediram de fazer música (com ela, a depressão e o transtorno de ansiedade), mas o que recebemos soa como um álbum comum que geralmente vira a perfeita trilha-sonora de loja de roupas, apresentando sonoridade agradável, nada ofensiva, mas pouca personalidade em produção e performance vocal.

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1.“LP1” — Liam Payne

Assim como Iggy Azalea e o álbum “In My Defense”, Liam Payne apresentou um debut digno de questionar se o cantor realmente curte o que faz — até portando-se como se a ideia de ser um artista pop fosse apenas uma fantasia ou um mero emprego de luxo. Entre os ex-integrantes do One Direction, Liam é claramente o que mais tem dificuldades em encontrar um som próprio, mas “LP1” tem um diagnóstico ainda pior: é um conjunto de músicas que falam nada com nada para um público que também não sabemos qual é.

Sobre o autor

Matheus Rodrigues

Jornalista formado em 2023 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Apaixonado por música, culturas diferentes, futebol e Coca Zero. Obcecado por Eurovision e pop do leste europeu. Torcedor do imenso Sport Club Internacional.
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