Como você viu pelo título, é isso aí! O Kolibli montou um grupo de grandes notáveis (mentira, apenas grandes eurofãs) para apresentar suas músicas favoritas no Eurovision 2021.
Cada jurado montou um top 10 com as canções que mais gostou durante a temporada com uma justificativa para o primeiro lugar. O Kolibli sugeriu aos avaliadores que julgassem as canções do ponto de vista musical – ou seja, não estamos levando em consideração os ensaios e performances do programa propriamente dito (até porque, a maioria votou antes do Eurovision começar). Liberamos os jurados, caso quisessem, a utilizar aspectos visuais (como clipes e performances antigas) em suas justificativas, mas nada relacionado ao que aconteceu (ou acontecerá) no programa em si.
A votação segue o modelo do Eurovision, então temos:
12 pontos para o primeiro lugar;
10 para o segundo;
8 para o terceiro;
7 para o quarto;
e assim por diante até chegar no décimo, que recebe 1 ponto.
Os possíveis desempates também seguem as regras do festival:
- em caso de empate, vence quem tiver o maior número de votantes únicos;
- se persistir, se contabiliza quem recebeu mais 12 pontos, e assim por diante.
Vamos começar? Nós vamos até Araçatuba!
Good evening, Araçatuba!
Por que a Bulgária é a sua favorita?
Fiquei órfão de Tears Getting Sober depois do Eurovision 2020 ser cancelado, mas não tinha expectativa nenhuma de que a Bulgária entregaria TUDO mais uma vez!!! Achei que Growing Up Is Getting Old traduziu muito melhor o que seria o estilo próprio da Victoria, sem se inspirar em outros artistas, como foi a controversa entrada do ano passado. A música me transmite uma sensação boa – mas ao mesmo tempo angustiante – de que o tempo é implacável e ele passa, e passa muito rápido. O instrumental dos 60 segundos finais foi só a cereja do bolo, cresceu no momento certo e terminou com a sensação de que continuaria interessante se tivesse outros três minutos a mais.
Hora de ouvirmos o Hélder, que é do Maranhão, mas também de outros lugares:
Por que a Suíça é a sua favorita?
A música era linda por natureza, mas tava no receio da gata aparecer tacando streaming no piano tal qual Holanda 2019. O staging surpreendeu completamente e deu um ar de pedância, conceito, aclamação. Junto com Islândia, é um dos poucos que grita WINNER na minha cara.
Agora vamos até São Paulo ver como votou o Gabe:
Por que a Rússia é a sua favorita?
Manizha é o momento. Primeiramente, ela é diferente de tudo o que a Rússia costuma nos mostrar ao mundo: mulher feminista, empoderada, imigrante. Por si só, ela já faz história pisando no palco do Eurovision sob as cores da bandeira russa. E, como era de se esperar, a música também traz uma clara revolução no cartão de visitas da antiga república soviética ao festival. Russian Woman é ousada, trazendo um harmonioso caos entre o clássico regional e o contemporâneo global, com fortes versos que apresentam ao público uma viagem sobre as dores, os estereótipos e a força que carrega a mulher russa ao longo da história. O palco e o figurino ajudam bastante ao telespectador menos familiarizado à língua russa a captar a mensagem. É apenas a segunda vez, em 12 anos, que a Rússia aparece no meu Top10. Mas dessa vez, com louvor, eu sou Russie douze points.
Agora vamos até o Ceará para receber os votos da Ana Raquel:
Por que o Azerbaijão, Ana?
Quando sua entrada é basicamente a cópia da anterior, especialmente quando a tal anterior é seu primeiro lugar de 2020, é uma tarefa bem complicada. Apesar de preferir algumas partes de “Cleopatra” (o começo e o início da bridge, principalmente), eu acho “Mata Hari” uma cópia brilhante: a jogada de referenciar a música anterior é incrível e um tiro certeiro para conseguir aquele apoio do eurofã mais antenado. Fora isso, o sample de “Crucified” é um marco no meu coração. No geral, como uma fã assumida de uma farofona, a canção é um presente para mim. Além disso, temos versos em azeri! A mulher fez história! (sim, estou forçando um pouco por ser minha favorita). O defeito dessa entrada é que a farofa é interpretada por uma artista que não sabe dançar. Se conseguir esconder esse defeito, é sucesso.
Ainda no Nordeste, vamos agora ver como o Maik votou:
Por que a França, Maik?
Bela, elegante, encantadora e envolvente. A música francesa este ano é tudo que esperamos de uma balada chanson/music hall francesa. Barbara Pravi não só possui uma belíssima voz como também sabe muito bem usá-la para entregar uma grande interpretação. Com ela a cantora sabe consegue dar maior profundidade a canção e trazer o ouvinte para mais próximo das dores cantadas na música. Sua maior ameaça talvez seja a entrada suíça, outra belíssima balada em francês. Contudo, apesar de ser um bom intérprete, Gonj’s Tears não possui o mesmo brilho e paixão que Barbara Previ.
Agora, de São Paulo para outro Paulo:
Por que Malta é a sua favorita?
Finalmente a menina Destiny de Malta, conseguiu traçar um destino glorioso e digno de primeiro lugar para a pequena ilha mediterrânea. No ano anterior, sua música já era forte o bastante para estar no TOP 5 da edição não realizada, porém, em 2021 Malta conseguiu se superar e trazer uma música que é pegajosa (no bom sentido), alegre e forte o bastante na voz daquela que já detém um título no Junior Eurovision 2015.
Esperamos uma explosão ainda maior de carisma, altas notas e um show no palco do ESC 2021 para enfim Malta levar sua tão sonhada vitória no principal festival de música europeu. E se ganhar, terá conseguido um feito nas duas edições do festival (Junior e Adulto), com a mesma artista.
Está no meu primeiríssimo lugar por todas essas qualidades e muito mais, além d’eu ser fã da Destino.
Go Malta!
Agora vamos ao Sul do país para ver como votou o Arthur:
Por que a Rússia, Arthur?
Manizha, a representante da Rússia no festival desse ano, traz com sua música e com sua própria história de vida dois temas muito atuais e que ainda são controversos: o empoderamento das mulheres e a proteção de pessoas refugiadas. Porém, ela traz esses temas de uma maneira divertida e muito autêntica, coisa rara para a Rússia no Eurovision. As apresentações do país são boas, mas tudo parece muito artificial, produzido para passar a imagem de “país bonzinho”. Manizha subverte isso: ao invés de cantar uma balada pop em inglês, ela faz um rap em russo com elementos folclóricos; ao invés de “tentar agradar” a Rússia, ela denuncia a violência doméstica e o machismo no país; sem esquecer suas origens ela se veste de operária da União Soviética e defende direitos LGBT+. Na letra da música ela fala “não tenha medo”. Manizha, parabéns, você não tem medo, você é corajosíssima. Além de embaixadora da ONU para refugiados, espero sinceramente que possa carregar o título de ganhadora do Eurovision 2021.
Agora vamos a outro extremo do país para ver como votou o Manoel:
Por que a Bulgária é a sua favorita, Manoel?
Apesar das comparações altamente justificáveis de um esforço em soar como Billie Eilish, em Growing Up Is Getting Old, Victoria captura como nenhuma outra canção do ano o sentimento de perda e a sensação atroz do tempo não parar em uma pandemia, mesmo o mundo parando. Vocais impecáveis, um clipe muito bonito e vindo de um país que sempre quis hostear o ESC.
Do Norte vamos ao Nordeste para ver como votou o Diogo:
Por que a Lituânia, Diogo?
Discoteque é diferente, viciante, eletrizante e criativa na medida certa. A performance da banda The Roop é memorável e divertida. Assim como em 2020, a banda é merecidamente uma das favoritas ao título por unir o brega-chique que amamos no Eurovision com um toque de sofisticação. Adoraria ver a Lituânia ter sua primeira vitória no Festival.
Tal qual Joelma, voaremos ao Pará novamente para ver como votou o Victor:
Por que Malta, Victor?
Quer motivo melhor do que uma cantora transformar uma música mediana em algo sensacional? Só dá Destiny!
Curto e grosso! Hora do último voto e que vem do editor:
Por que a Rússia, Matheus?
A Rússia é um país com cultura e história extremamente distintas, mas ultimamente não temos visto muito disso no Eurovision. Quando finalmente acontece, é um espetáculo. Em “Russian Woman”, Manizha entrega a melhor representação possível da complexa sociedade do país de Putin e seus embates entre passado e futuro. A tradição e o estereótipo do russo comum servem como ponte para que Manizha conte qual é o futuro que ela enxerga para as mulheres de seu país, sem que isso pareça mera propaganda estatal para o ocidente comprar. Repleta de atitude, a música veio para representar muitas pessoas no Leste Europeu, mas também faz ecoar mensagens universais de empoderamento e respeito às mulheres e seus estigmas.
E a nossa vencedora é…
Manizha, com “Russian Woman”, é a vencedora do Júri Brasileiro com 58 pontos!
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4 thoughts on “Montamos um júri brasileiro para escolher as melhores músicas do Eurovision 2021”