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Assim como é importante destacar o que de melhor tem o Eurovision, também é necessário apontar o que não funciona. O Kolibli convidou os avaliadores do maravilhoso júri brasileiro para montar mais uma listinha, só que agora com as piores músicas desta edição.

Cada jurado montou um top 5 com as canções que menos curtiu durante a temporada acompanhada de uma justificativa para o primeiro lugar. O Kolibli sugeriu aos avaliadores que julgassem as canções do ponto de vista musical – ou seja, não estamos levando em consideração os ensaios e performances do programa propriamente dito (até porque, a maioria votou antes do Eurovision começar). Liberamos os jurados, caso quisessem, a utilizar aspectos visuais (como clipes e performances antigas) em suas justificativas, mas nada relacionado ao que aconteceu (ou acontecerá) no programa em si.

E vamos começar logo em Porto Alegre, direto dos porões do Kolibli:

Por que a Alemanha é a pior?

“I Don’t Feel Hate” supostamente traz uma boa mensagem sobre toxicidade online e como lidar com “haters”, mas o pacote que a envolve provoca justamente todos estes sentimentos negativos. Do ponto de vista musical, não há nada de bom a se tirar: do ukelele (quem lê a minha descrição no site sabe como eu tenho dificuldade em gostar das aplicações deste instrumento) aos assobios e o “rock” genérico que fede a banco de músicas sem Copyright do Youtube. Long story short: esta é mais uma prova de que a Alemanha é como um trem desgovernado no Eurovision. Na velocidade de quem gira uma moeda e faz um cara ou coroa, o país oscila entre o grande favoritismo e a completa impopularidade no festival, mostrando que a nação de Lena não sabe ao certo o que fazer com a sua vaga automática nas finais.

Hora de ver como o Diogo votou lááááá de Pernambuco:

Por que Dinamarca é a pior?

Entre a música ou o cavanhaque do cantor, qual é mais ofensivamente cafona? Tudo é ruim nesse show de horrores saído diretamente do concurso de calouros do Raul Gil circa 2003-2005.

Hora de ver os votos do Hélder!

Por que Alemanha é a pior?

Alemanha cumpriu sua linda trajetória de trazer uma diversidade de lixos sem precedentes ao Eurovision. Uma música que fala sobre NÃO odiar alguém claramente merece tudo de ruim no mundo.

Voltamos ao Sul para receber os votos do Arthur:

Por que a Estônia, Arthur?

Uku Suviste da Estônia ganha o fundo da lista porque tenta bancar o “machão Don Juan” que se deu mal em uma empreitada romântica. Eu não acho a música inaudível, mas me dá muito desconforto ver ele com aquela camisa desabotoada e aquela barbicha de cowboy-anos-90 cantando que “está melhor sozinho”. Os vocais não são grande coisa, a produção é previsível, o look me dá calafrios… Quem sabe numa próxima né Uku?

Hora de voltar ao Nordeste para ver o Death Note eurovisivo de Ana Raquel:

Por que a Romênia, Ana?

Essa música causa um fenômeno meio paradoxal? Ao mesmo tempo que ela é esquecível, o refrão não sai da sua cabeça. “Amnesia” é um indie pop adolescente com dança contemporânea emocionante… o problema é que eu não gosto NADA de indie pop adolescente com dança contemporânea emocionante (flashback do ÓDIO que eu sentia dessa ~emoção pegando vaga dos meus favoritos em realities de dança!!!!!!!!!!!!!!!). Junta o fato de eu achar a voz da Roxen desagradável… na verdade, eu acredito que a artista é o pior aspecto da entrada: não acho uma boa cantora, muito menos uma boa performer, e ainda há o histórico da final nacional do ano passado marcado pelo antiprofissionalismo dela. Se fosse outra artista cantando, muito provavelmente continuaria no meu bottom 5, mas não meu último. Enfim, me entristece por Romênia em último porque é um país que tenho muito carinho e já figurou diversas vezes no meu top 5. Por favor, volte a fazer o que você é bom, Romênia!!!

Agora vamos até São Paulo para ver o bottom 5 do Gabe:

Por que a Alemanha, Gabe?

Ok, Kolibli, vou tentar não ser muito duro em respeito às pessoas que trabalharam nesta canção. Para o azar da Alemanha, a Bielorrússia se retirou do festival e coube ao país germânico o título de pior canção desta edição. I Don’t Feel Hate é caótica de um jeito negativo, com uma sonoridade questionável, alternando entre instrumentais que pouco conversam entre si (é uma fórmula arriscada, né, Agnete e Eye Cue?), letra pouco empolgante e uma estética mais interessada em se tornar viral no TikTok do que almejar algo no festival. Fico feliz que o Jendrik não sinta o hate vindo da internet, afinal sua canção não teve uma das melhores recepções…

Ainda no mesmo estado, vamos até Assis para ver como o João Paulo votou:

Por que a Espanha tem a pior música?

A gente sempre tenta acreditar que a Espanha vai aprender com os fracassos de anos anteriores ao mandarem músicas que esperávamos tanto para ser reviravolta no palco, ao vivo e até mesmo pela melodia em si, mas quando as revelam, tomamos um banho de água fria com a mesmice de sempre: Méeh. Está em último lugar no meu top porque simplesmente não é cativante o suficiente e esquecível. O cantor não rsrs. Sendo cantada em espanhol, uma língua tão sensual ao meu ver, esperava muito mais, assim como esperei em anos anteriores.

Hora de ver como o Manoel votou:

Por que a Alemanha, Manoel?

Dizem que na reversal russa tudo acontece ao contrário, mas é na Alemanha que fica o upside down de Stranger Things. Não é possível que de todas as piores músicas eles sempre dêem um jeito de cavar um buraco mais fundo, achando que irão se sair bem. Absurdamente clichê até para os padrões do Eurovision. Eu sinto minha alma sugada para o genjutsu de Itachi Uchiha, pois são três minutos que passam como uma eternidade de dor e horrores sem fim.

Pernambuco: voltamos! Agora, para ver como votou o Maik:

Por que a Eslovênia, Maik?

O grande problema da entrada eslovena este ano é a previsibilidade. Tão previsível que se torna chata. Uma baladinha água com açúcar que você sabe exatamente o que vai acontecer, até a entrada do coral gospel é previsível. Embora consistente, o vocal de Ana Soklic na canção não a diferencia e nem traz alguma inovação. A letra também também é piegas, com um discursinho chato sobre como todos nós somos especiais, lindos e incríveis.

Hora de voltar para o Pará e ver como votou o Victor:

Por que a Espanha, Victor?

É uma música com a qual eu não consegui me conectar. Achei bastante enfadonha. Só está na final porque o país é do Big 5.

Hora do último jurado: Leonardo de Araçatuba!

Por que a Macedônia do Norte, Leonardo?

Para mim, que amo uma nostalgia, não gostar de uma entrada com a justificativa de que é muito datada soa até como redundância. Mas, nesse caso, é datada de uma forma ruim. Parece ter sido produzida às pressas, além de não me transmitir absolutamente nada a não ser a preguiça de ver que os três – longos – minutos foram todos baseados nos vocais do Vasil (que de fato, são ótimos, mas não sustentaria nem a melhor das músicas, que dirá uma Here I Stand). Não fará falta se não for para a final, o que é bem provável que aconteça.

Atualização do Kolibli: realmente não foi para a final!

E o nosso vencedor é… a Macedônia do Norte! Com apenas um ponto a mais que o segundo colocado, “Here I Stand” é eleita a pior da edição.

Disclaimer: Espanha e Noruega empataram em pontos, mas Espanha teve mais pontuações máximas.

O que achou do resultado? Não esqueça de comentar o que achou e também o seu top 5 pessoal!


Veja também:

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Sobre o autor

Matheus Rodrigues

Jornalista formado em 2023 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Apaixonado por música, culturas diferentes, futebol e Coca Zero. Obcecado por Eurovision e pop do leste europeu. Torcedor do imenso Sport Club Internacional.
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2 thoughts on “As piores músicas do Eurovision 2021

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