O Eurovision mais polêmico da história oficialmente terminou há quase um mês, mas está longe de se tornar um assunto encerrado. Segundo informa o portal holandês RTL Boulevard, a EBU (órgão responsável pela organização do Eurovision) pediu a um grupo independente que conduza uma investigação sobre os bastidores turbulentos do festival.
Não é admitido pelo veículo na nota, mas é evidente que os problemas envolvem a delegação de Israel, que tratou com hostilidade os artistas pró-Palestina no evento (como a Iolanda de Portugal). Ao menos 13 países registraram reclamações sobre o ambiente de trabalho, incluindo os Países Baixos, Irlanda e a campeã Suíça.
A investigação, que consiste na realização de entrevistas com os envolvidos com garantia de anonimato, foi confirmada pela EBU ao RTL Boulevard. Segundo eles, o órgão disse que “a União Europeia de Radiodifusão se esforça para melhorar continuamente os seus serviços e eventos” e que “para fortalecer ainda mais o Eurovision Song Contest, pedimos a um especialista independente que olhasse para o ESC 2024 em Malmö para compartilhar ideias e lições com os órgãos dirigentes para apoiar a melhoria contínua deste evento global”.
Israel no Eurovision 2024: tensão do início ao fim
Como antecipamos em editorial publicado antes do Eurovision 2024 começar, a controversa participação de Israel foi catastrófica para o evento. A presença da nação do Oriente Médio, que está em guerra com o Hamas desde outubro de 2023, gerou protestos nas ruas de Malmö, sede deste ano, e no próprio festival, com o registro de vaias para a competidora israelense Eden Golan até mesmo nos ensaios. Decidida a transformar o Eurovision em uma plataforma para legitimar o banho de sangue nos territórios palestinos, a emissora KAN também não facilitou as coisas com a escolha da canção “Hurricane” para o festival. A EBU fez vista grossa para as diversas violações de Israel nas regras do festival, como compilado em um perfil no Twitter/X chamado “Israel Breaks Rules”, mas talvez o desfecho agora seja diferente após os múltiplos casos de assédio reportado por artistas, membros de delegações e jornalistas.
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