Ganha forma a cada dia a promessa do Eurovision Latin America, spinoff latino do festival original! Foi revelado no último sábado (22) através da imprensa chilena que dez países já estariam confirmados e que a primeira sede do evento seria o próprio Chile. A Voxovation, empresa responsável pela expansão da marca Eurovision fora da Europa, teria até colocado 31 de março de 2025 como data final para definição dos detalhes cruciais do festival. Por isso, fizemos um FAQ com as informações que já sabemos sobre o evento (e o que ainda está por ser revelado).
FAQ: Eurovision Latin America (atualizações de fevereiro de 2025)
O que é Eurovision?
Com certeza 99% dos nossos leitores já sabem (risos), mas faz parte compreender que tem gente que possa não saber do que se trata o evento. Leia esse post que fizemos há uns anos e depois retorne aqui!
Quando surgiu a ideia?
O Eurovision Latin America foi anunciado pela primeira vez em julho de 2022 com a produção de Christer Björkman, Anders Lenhoff, Ola Melzig, Peter Settman e Greg Lipstone, da Voxovation, os mesmos produtores de outros spinoffs do festival, como o American Song Contest e o Eurovision Song Contest Canada.
Quando vai ser e quantos países participarão?
Omar Retamal, representative da Voxovation, espera que assim que o festival tenha seus detalhes acertados – e o Chile seja escolhido como país-sede – se confirme uma final única para o evento em outubro de 2025. Além do Chile, outros nove países (ainda desconhecidos) teriam se comprometido a participar da primeira edição do Eurovision Latin America, mas o plano é que se tenha no mínimo 15.
Por que o Eurovision quer vir até a América Latina?
A justificativa oficial é que alguns países latino-americanos, como Chile, Argentina e Brasil foram alguns dos mais interessados pelo Eurovision fora da Europa em 2022, ano do anúncio.
Nós podemos atribuir outros fatores que facilitariam a aceitação do formato, como a “homogeneidade plural” da América Latina: tem culturas parecidas, mas ao mesmo tempo muito diferentes. A região conta com quase 660 milhões de habitantes, números que chegam perto dos 750 mi da Europa, mas com um diferencial muito importante: em torno de 60% da população fala um idioma em comum, que é o espanhol. Isso afastaria problemas de compreensão mútua que não ocorrem na Europa, região acostumada a falar inglês como segunda língua, já que os níveis de proficiência do idioma são muito ruins por aqui. Por exemplo, um levantamento coloca apenas a Argentina como país de alto domínio do inglês na América Latina. Para o Eurovision Latin America, bastaria que se usasse o espanhol e o português como idiomas oficiais do festival, assim como o original faz com o inglês e francês.
Outro fator de destaque é a integração dos países latinos em torno de grandes eventos, como a Copa Libertadores e os Jogos Pan-Americanos.
Por que o Chile tem mais chances de sediar do que o Brasil?
Pode ser estranho ver o Chile tomando “as rédeas da situação”, mas na verdade faz muito sentido. O país sul-americano realiza desde 1960 o Festival Internacional da Canção de Viña del Mar, uma das competições musicais mais antigas do mundo, e que é apenas quatro anos mais nova que o Eurovision. Entretanto, o segmento mais conhecido dele é o dos shows de grandes artistas do mercado latino, que no ano passado teve a presença da nossa conterrânea Anitta.
Hera Björk, representante da Islândia no Eurovision em 2010 e 2024, já desceu até o hemisfério sul para participar do Viña Del Mar e venceu o evento em 2013 com a canção “Because You Can”.
O pioneirismo do Chile também é prático: a Voxovation entrou em contato com o Ministro da Cultura do país, que tem conversado com a produtora e avançado em tratativas. A expectativa é que o evento possa trazer em torno de 46 milhões de dólares em retorno ao país.
O Brasil vai participar?
Por ser o maior país da América Latina, o Brasil com certeza faz parte dos planos da Voxovation, mesmo que apenas como participante. Entretanto, não há qualquer informação oficial sobre o nosso país estar no evento. Podemos projetar, com base no Eurovision original, que o Brasil não teria problemas em sediar o evento, encontrar uma emissora parceira (provavelmente a Globo, mas temos outras que poderiam fazer o papel) ou selecionar um representante.
Algum spinoff do Eurovision já aconteceu? Quantos outros existem?
Sim, um evento parente do Eurovision já foi realizado: o American Song Contest, versão do festival para os Estados Unidos. Ela foi ao ar em 2022 e foi transmitida pela NBC. O formato seguiu a mesma premissa do Eurovision, mas no lugar dos países, quem competiu foram os 50 estados americanos, cinco territórios e Washington D.C. Apesar do orçamento robusto e a apresentação comandada por grandes nomes como Kelly Clarkson e Snoop Dogg, o evento teve baixa audiência e não foi renovado. A vencedora foi AleXa, que representou o estado de Oklahoma com a música “Wonderland”.
A Voxovation confirma interesse ou desenvolvimento de ao menos quatro projetos:
- Eurovision Asia, o primeiro spinoff anunciado há quase nove anos, em 2016, mas que até hoje não saiu do papel por dificuldades de organização e até mesmo a pandemia de Covid-19;
- Eurovision Canada, com dez províncias e três territórios do país. Foi anunciado em 2022 e teve seu desenvolvimento pausado em 2023;
- Eurovision India, com os 28 estados e oito territórios do país, com desenvolvimento anunciado em 2023;
- Eurovision Latin America, anunciado em 2022 e que parece ser o evento mais avançado da lista.
Postagem feita com apoio de Eurovoix/La Tercera
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