Zorja vence Eurorrepescagem 2024, confira os resultados detalhados

1. 🇷🇸 Zorja – Lik u ogledalu: 28 (Leo 12, Matheus 10, Ana 6)
2. 🇷🇸 Konstrakta – Novo, bolje: 22 (Matheus 12, Ana 10)
3. 🇷🇸 Zejna – Najbolja: 19 (Matheus 7, Ana 12)
4. 🇫🇮 Sara Siipola – Paskana: 11 (Leo 3, Matheus 8)
5. 🇮🇸 Sigga Ózk – Um allan alheiminn: 11 (Matheus 6, Ana 5)
6. 🇪🇸 St. Pedro – Dos extraños (Cuarteto de cuerda): 10 (Leo 10)
7. 🇪🇸 María Peláe – Remitente: 8 (Leo 5, Matheus 3)
8. 🇮🇸 Væb – Bíómynd: 8 (Leo 8)
9. 🇳🇴 Super Rob and Erika Norwich – My AI: 8 (Ana 8)
10. 🇮🇪 Ailsha – Go Tobann: 7 (Ana 7)
11. 🇱🇻 Vēstulēs – Kur?: 7 (Leo 7)
12. 🇮🇹 Sangiovanni – Finiscimi: 6 (Leo 6)
13. 🇦🇱 Elsa Lila – Mars: 5 (Matheus 5)
14. 🇫🇮 Mikael Gabriel and Nublu – Vox populi: 4 (Matheus 4)
15. 🇱🇹 VB Gang – Kaboom!!!: 4 (Ana 4)
16. 🇸🇪 Clara Klingenström – Aldrig mer: 4 (Leo 4)
17. 🇺🇦 Nahaba – Glasss: 3 (Ana 3)
18. 🇵🇹 Leo Middea – Doce mistério: 2 (Leo 2)
19. 🇸🇪 Gunilla Persson – I Won’t Shake (La La Gunilla): 2 (Ana 2)
20. 🇸🇪 Maria Sur – When I’m Gone: 2 (Matheus 2)
21. 🇪🇪 Cecilia – FOMO: 1 (Ana 1)
22. 🇵🇹 João Borsch – …pelas costuras: 1 (Matheus 1)
23. 🇺🇦 Anka – Palala: 1 (Leo 1)

1. 🇷🇸 Zejna – Najbolja (12 pontos)
2. 🇷🇸 Konstrakta – Novo, bolje (10 pontos)
3. 🇳🇴 Super Rob and Erika Norwich – My AI (8 pontos)
4. 🇮🇪 Ailsha – Go Tobann (7 pontos)
5. 🇷🇸 Zorja – Lik u ogledalu (6 pontos)
6. 🇮🇸 Sigga Ózk – Um allan alheiminn (5 pontos)
7. 🇱🇹 VB Gang – Kaboom!!! (4 pontos)
8. 🇺🇦 Nahaba – Glasss (3 pontos)
9. 🇸🇪 Gunilla Persson – I Won’t Shake (La La Gunilla) (2 pontos)
10. 🇪🇪 Cecilia – FOMO (1 ponto)
11. 🇦🇱 Luan Durmishi – Përsëritja
12. 🇮🇹 Mahmood – Tuta gold
13. 🇵🇹 João Borsch – …pelas costuras
14. 🇲🇹 Dominic Cini – Bewsa
15. 🇩🇪 Galant – Katze
16. 🇺🇦 Yagody – Tsunamia
17. 🇸🇲 Dana Gillespie – The Last Polar Bear
18. 🇸🇲 Mate – Big Mama
19. 🇸🇲 Xgiove – Nostalgia
20. 🇲🇩 Reghina Alexandrina – Contrasens

1. 🇷🇸 Zorja – Lik u ogledalu (12 pontos)
2. 🇪🇸 St. Pedro – Dos extraños (Cuarteto de cuerda) (10 pontos)
3. 🇮🇸 Væb – Bíómynd (8 pontos)
4. 🇱🇻 Vēstulēs – Kur? (7 pontos)
5. 🇮🇹 Sangiovanni – Finiscimi (6 pontos)
6. 🇪🇸 María Peláe – Remitente (5 pontos)
7. 🇸🇪 Clara Klingenström – Aldrig mer (4 pontos)
8. 🇫🇮 Sara Siipola – Paskana (3 pontos)
9. 🇵🇹 Leo Middea – Doce mistério (2 pontos)
10. 🇺🇦 Anka – Palala (1 ponto)
11. 🇵🇹 Buba Espinho – O farol
12. 🇪🇸 Angy Fernández – Sé quién soy
13. 🇷🇸 Breskvica – Gnezdo orlovo
14. 🇫🇮 Mikael Gabriel and Nublu – Vox populi
15. 🇳🇴 Super Rob and Erika Norwich – My AI
16. 🇦🇱 Elsa Lila – Mars
17. 🇮🇹 Mahmood – Tuta gold
18. 🇩🇪 Marie Reim – Naiv
19. 🇫🇮 Sini Sabotage – Kuori mua
20. 🇭🇷 Alen Đuras – A Tamburitza Lullaby

1. 🇷🇸 Konstrakta – Novo, bolje (12 pontos)
2. 🇷🇸 Zorja – Lik u ogledalu (10 pontos)
3. 🇫🇮 Sara Siipola – Paskana (8 pontos)
4. 🇷🇸 Zejna – Najbolja (7 pontos)
5. 🇮🇸 Sigga Ózk – Um allan alheiminn (6 pontos)
6. 🇦🇱 Elsa Lila – Mars (5 pontos)
7. 🇫🇮 Mikael Gabriel and Nublu – Vox populi (4 pontos)
8. 🇪🇸 María Peláe – Remitente (3 pontos)
9. 🇸🇪 Maria Sur – When I’m Gone (2 pontos)
10. 🇵🇹 João Borsch – …pelas costuras (1 ponto)
11. 🇱🇻 Vēstulēs – Kur?
12. 🇳🇴 Super Rob and Erika Norwich – My AI
13. 🇮🇹 Mahmood – Tuta gold
14. 🇸🇪 Danny Saucedo – Happy That You Found Me
15. 🇫🇮 Sini Sabotage – Kuori mua
16. 🇱🇹 VB Gang – Kaboom!!!
17. 🇷🇸 Filarri – Ko je ta žena?
18. 🇷🇸 Breskvica – Gnezdo orlovo
19. 🇺🇦 Anka – Palala
20. 🇦🇱 Mal Retkoceri – Çmendur

Pesma melhor seletiva de todas, né? (E a com o pior resultado, como pode?). Tivemos Zejna com uma uptempo caótica e levemente experimental com o refrão mais emblemático de todos os tempos (literalmente “”Zejna é a melhor”” repetido diversas vezes – concordamos, inclusive!). As apresentações 100% ao vivo nos “”Encontro”” sérvios são um mimo e me fazem sorrir sempre. Merecia uma apresentação melhor que a que teve, mas como música foi imbatível.

Konstrakta mostrou ser uma das artistas mais geniais que passou pelo show com uma releitura da sua apresentação de “”In Corpore Sano”” que fez todo sentido no contexto de “”Novo, bolje””. Zorja tinha a balada do ano com uma apresentação interessante, mas foi boicotada por monstros sérvios!!!

Enquanto isso, meu top 10 tem umas apresentações que foram aquém do esperado (My AI com vocais ruins, Go Tobann com um conceito que não funcionou), mas estão entre as minhas mais escutadas do ano: um eurodance gostoso e um conjunto caótico de gêneros.

Tivemos também artistas que eu já admirava há antes (Bareikis), artistas que pude conhecer e amar (Gunilla, Tiffany), artistas que me lembram sonoridades de outros artistas (Nahaba é basicamente um Crystal Castles ucraniano, mas sem as problemáticas) e, lógico, tivemos artistas roubados na cara dura (justiça pra FOMO!!!!!)

Menção honrosa para o Sanremo desse ano que teve muitas canções interessantes (que quase entraram no meu top 10). Menção desonrosa pra Dinamarca que continua uma grande piada.

#1 Zorja – Lik u Ogledalu (Pesma za evroviziju – Sérvia)

“Lik u Ogledalu” era, para mim, a proposta mais completa dentro do PZE – esta que, provavelmente, foi a melhor final nacional da temporada -. Desde o lançamento das candidatas do certame sérvio, estava claro que Zorja correria por fora na competição como uma espécie de terceira/quarta força, junto com “Novo, Bolje”, da já eurovisiva Konstrakta.

Mas o fato é que Teya Dora e Breskvica eram, e sempre foram, as grandes favoritas para o troféu (concordo com esse favoritismo? Por parte da campeã, não. Mas, de qualquer forma, vou explicitar meu descontentamento com a escolha sérvia mais para frente, quando formos falar por aqui a respeito das postulantes ao troféu do Eurovision 2024).

Favoritismos à parte, o que importa aqui é que, independente da sua posição nas casas de apostas, Zorja entregou duas performances quase perfeitas de sua canção e a defendeu com méritos até um honroso terceiro lugar. “Lik u Ogledalu” tem tudo o que uma boa e competitiva entrada precisa ter para me ganhar desde a primeira vez que a escuto. É uma balada balcânica clássica, mas com uma roupagem moderna, que a diferencia, por exemplo, de “Gnezdo Orlovo” (a vice-campeã), que também amo, mas tenho noção de que parte do seu charme é a energia de uma canção tradicional balcânica com elementos que beiram o cafona.

O que diferencia e eleva a canção de Zorja à milionésima potência são, além do ar de frescor à uma categoria tão prestigiada no festival continental, também o carisma, competência e experiência de uma artista que não pisou no palco desta final nacional pela primeira vez e que, definitivamente, terá nova(s) chance(s) de fazê-lo de novo. Se seguir nesse mesmo rumo, terá minha torcida novamente.

#2 St. Pedro – Dos Extraños (Cuarteto de Cuerda) (Benidorm Fest – Espanha)

Após dezenas de finais nacionais e – literalmente – centenas de músicas ouvidas, é irônico pensar que (até por não ser a minha primeira colocada, e sim a segunda) “Dos Extraños” é a canção que eu mais sinto por não poder ter a oportunidade de ouví-la ao vivo em Malmö daqui a um mês.

Staging do Benidorm Fest à parte, St. Pedro tinha um pacote extremamente redondinho para representar a Espanha no festival continental com honras. Na minha concepção (que é a de um amador, claro), seria uma terceira vertente da música popular espanhola que representaria a nação ibérica de forma brilhante após as bem sucedidas Blanca Paloma e (principalmente) Chanel Terrero.

Não que, de alguma forma, eu despreze ou não aprecie o duo Nebulossa. Eles eram minha segunda opção dentro de várias outras entradas competentíssimas nesta que foi a minha final nacional favorita da temporada (junto com o fortíssimo PZE). Mas o caso é que St. Pedro teria levado a Espanha novamente às primeiras posições nas minhas preferências pessoais, como “Eaea” fez no ano passado. E como aqui apenas a minha opinião importa, já é o suficiente!!!

#3 Væb – Biómynd (Söngvakeppnin – Islândia)

Não senti o hype todo que alguns eurofãs colocaram nas entradas da controversa final nacional islandesa desse ano. Bashar Murad, Anita, Sigga Ózk e a campeã Hera Björk não me deixaram animado ou empolgado para acompanhar a seletiva nórdica nesta edição.
O único ponto destoante foi a dupla Væb que, além de ter a canção mais divertida da edição, foi a única que teve culhão de se manter em islandês — o que sempre me atrai muito. Torço para um retorno breve dos dois em alguma edição futura do certame islandês.

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O top 10 reuniu algumas das canções que me mobilizaram durante toda essa temporada. Dentre as injustiças (como o 29º lugar de Sangiovanni e a queda na semifinal de Clara Klingenström), favoritos que ficaram para trás (St. Pedro e Sara Siipola) e até surpresas (como o vice campeonato da dupla Vēstulēs e a comoção nacional do querido Leo Middea), a impressão que fica é de que, para ser justo, o meu top 10 precisaria ter, pelo menos, umas 20 músicas.

Este é mais um mérito dessa que ficará marcada como uma excelente temporada de finais nacionais – o que estávamos precisando depois de edições de Eurovision tão desanimadoras. Meses de músicas muito boas, shows bem produzidos e emissoras cada vez mais compromissadas em entregar finais competentes e competitivas só nos fazem cada vez mais ansiosos para o grande show que teremos no mês que vem.

Menções honrosas: as excelentes Pesma za evroviziju, Benidorm Fest e Sanremo, as melhores finais nacionais — musicalmente falando — para mim. O retorno de Luxemburgo com um Luxembourg Song Contest extremamente bem produzido (nível das músicas e polêmicas à parte) e o crescimento notável de uma Lituânia e seu Eurovizija.LT que deseja cada vez mais fazer frente às sempre favoritas Ucrânia, Itália e Suécia.

Menções desonrosas: O nível decrescente do Melodifestivalen, que ano após ano só parece piorar, o — já há anos — fraquíssimo Dora, em que ganhou um Baby Lasagna sem concorrência alguma, as escolhas controversas da Alemanha, que contava com inúmeras opções melhores, Windows95man e, por fim, os sempre decepcionantes Dansk Melodi Grand Prix, Supernova e Malta Eurovision Song Contest, cujo nível quase beira a ofensa.

Um ano relativamente forte como 2024 não vem por acaso. As seletivas nacionais deste ano foram de alto nível e com resultados aceitáveis (exceto a catástrofe na Finlândia). A melhor final de todas acabou, por mais um ano seguido, sendo a da Sérvia (Pesma Za Evroviziju). Mesmo com uma estrutura mediana em termos de palco e execução geral, o show pulsa de forma vibrante e repleta de diversidade.

Dentre as artistas que formaram o “G4” sérvio (Teya Dora, Breskvica, Konstrakta e Zejna), ganhou a mais fraca com múltiplas motivações que explicam o momento do país no festival, mas que irei discutir mais a frente no local apropriado.

Realizar quase o mesmo que fez em 2022 custou caro a Konstrakta em “Novo, bolje”; mas a “ousadia em não ousar” é um robusto e raríssimo storytelling na história do Eurovision. Campeã do título de Música do Ano aqui no site em 2022, Konstrakta cozinhou um space-disco que encanta na honestidade de uma mulher que não estava muito afim de voltar ao festival, mas que precisa de grana. É coisa de gênio entregar o que Ana Duric entrega; e, mais uma vez, fico feliz de poder apreciar isso. 

Agora vamos aos comentários breves sobre o top 10, que foi dificílimo de fechar. “Lik u Ogledalu” de Zorja é produto de manual de Eurovision. Não existe cenário em que uma performance tão teatral e vocalmente visceral passasse despercebida, mas a Sérvia pensou diferente. Já “Najbolja” trouxe uma Zejna sem truque algum, mas o carisma e a produção musical repleta de elementos étnicos é tudo que você precisa. “Paskana” (Sara Siipola) retrata um sentimento de raiva depressiva que é o que sinto ao ver os resultados da final nacional finlandesa. “Um Allan Alheiminn” (Sigga Ózk) é mais que um mero meme, pois também é um eurodance de primeira categoria. “Mars” é uma tentativa menos ousada que a do ano anterior para Elsa Lila, mas igualmente induz perplexidade por conta das habilidades vocais da albanesa. “Vox Populi” é quase uma guilty pleasure se levarmos em conta as teorias da conspiração sobre Mikael Gabriel, mas o flow do primeiro minuto da canção me faz descansar a mão da problematização. Vai me avisando, Mikael.

Finalizando meu top 10, temos uma canção de rara complexidade para um festival como o Eurovision (“Remitente”), uma farofa que ganhou força após a performance cheia de lasers (“When I’m Gone”) e um artista que ‘transpira loucura’ (“…Pelas Costuras).