O #2021inReview segue a sua retrospectiva listando os melhores clipes que o ano teve a oferecer. Como foram pré-selecionados aproximadamente 130 vídeos, muita coisa boa acabou ficando de fora. Adotamos também a regra de um clipe por artista principal para fazer com que mais gente diferente pudesse entrar no texto. Os países de cada artista estão indicados em cada um dos itens e os nomes em alfabetos não-latinos estão romanizados entre parênteses.
Os 50 clipes escolhidos pelo Kolibli estão disponíveis em uma playlist que criamos no Youtube e você pode checá-la por meio deste link.
Menções honrosas
“Indie Rock (Vogue)”, Loboda / País: Ucrânia
“Jomo”, Monatik / País: Ucrânia
“Хороший парень” (Horoshiy Paren’), Tina Karol / País: Ucrânia
“A Second to Midnight, Kylie Minogue e Years & Years / País: Austrália, Reino Unido
“Bruxelles je t’aime”, Angèle / País: Bélgica
“Muriendo De Envidia”, C. Tangana e Eliades Ochoa / País: Espanha, Cuba
“Dá licença”, Titica e Carina Santos / País: Angola
Top 50 (link abaixo de todos os vídeos e comentários no top 10)
Playlist no Youtube
50. “Nkulunkulu”, Kamo Mphela / Diretores: Fargo Films
País: África do Sul / Para quem gosta de: amapiano, pop sul-africano
49. “Манекен” (Maneken), VIA Gra / Diretor: Alan Badoev
País: Ucrânia / Para quem gosta de: pop russo
48. “Corazón de Cemento”, j mena & Chili Fernandez / Diretor: Migue Vasquez
País: Argentina / Para quem gosta de: cumbia, pop latino
47. “Down”, St. Vincent / Diretor: Bill Benz
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: art rock, synth funk
46. “Parking Lot”, The Weather Station / Diretores: Tamara Lindeman & Adam Crosby
País: Canadá / Para quem gosta de: indie pop
45. “You’re Not Special, Babe”, Orla Gartland / Diretoras: Orla Gartland e Greta Isaa
País: Irlanda / Para quem gosta de: indie pop
44. “Говорит Москва” (Govorit Moskva), Shortparis / Diretores: Shortparis
País: Rússia / Para quem gosta de: coldwave, post-punk;
43. “Witch”, Apashe & Alina Pash / Diretor: Adrian Villagomez
Países: Bélgica, Ucrânia / Para quem gosta de: trap (edm)
42. “Noir”, Yelle / Diretor: Giant
País: França / Para quem gosta de: electropop, pop francês
41. “Meaningless”, Charlotte Cardin / Diretor: Norman Wong
País: Canadá / Para quem gosta de: pop
40. “family ties”, Baby Keem & Kendrick Lamar / Diretor: Dave Free
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: rap americano
39. “Розовый дым” (Rozoviy Dim), Vera Brezhneva / Diretor: Alan Badoev
País: Ucrânia / Para quem gosta de: pop russo, nu-disco
38. “Onyeka”, Burna Boy / Diretor: DK
País: Nigéria / Para quem gosta de: afrobeats
37. “CANCELLED”, slowthai e Skepta / Diretor: THE REST
País: Reino Unido / Para quem gosta de: rap britânico
36. “Сестра” (Sestra), THE HARDKISS / Diretor: Valery Bebko
País: Ucrânia / Para quem gosta de: rock alternativo
35. “Baba Yak”, Kurtuluş Kuş & Burak Bulut / Diretor: Tolga Aykut
País: Turquia / Para quem gosta de: pop turco
34. “Up”, Cardi B / Diretora: Tanu Muino
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: rap americano, pop rap
33. “La Fama”, ROSALÍA & The Weeknd / Diretor: Director X
País: Espanha, Estados Unidos / Para quem gosta de: bachata, pop latino
32. “La Mujer”, Mon Laferte & Gloria Trevi / Diretor: Rodrigo Robles
Países: Chile, México / Para quem gosta de: pop latino, bolero
31. “ATM”, Bree Runway & Missy Elliott / Diretora: Lucrecia Taormina
País: Reino Unido, Estados Unidos / Para quem gosta de: pop rap
30. “Пьяную домой” (Pyanuyu Domoy), Klava Koka / Diretor: Taras Golubkov
País: Rússia / Para quem gosta de: pop russo
29. “I am not a woman, I’m a god”, Halsey / Diretor: Colin Tilley
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: pop americano
28. “All Too Well: The Short Film”, Taylor Swift / Diretora: Taylor Swift
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: pop americano, folk pop
27. “Smokin Out The Window”, Silk Sonic / Diretores: Bruno Mars e John Esparza
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: r&b contemporâneo, smooth soul
26. “Bouncin”, Tinashe / Diretor: Lloyd Pursall
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: r&b contemporâneo
25. “Démons”, Angèle & Damso / Diretor: Scotty Simper
País: Bélgica / Para quem gosta de: pop francês, r&b contemporâneo
24. “HOMUNCULUS – OH MY GOD”, Sevdaliza / Diretores: Willem Kantine & Sevdaliza
País: Holanda, Irã / Para quem gosta de: art pop
23. “Slava Bogu”, Slava Kaminska / Diretor: Sereja Tkachenko
País: Ucrânia / Para quem gosta de: pop russo, electro-pop
22. “good 4 u”, Olivia Rodrigo / Diretora: Petra Collins
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: pop americano, pop rock
21. “ВЧЕРА” (Vchera), Polina Gagarina / Diretor: Alan Badoev
País: Rússia / Para quem gosta de: dance-pop, synthpop, pop russo
20. “Venus Fly Trap”, Marina / Diretores: Weird Life
País: Reino Unido / Para quem gosta de: pop rock
19. “Não Vou Deixar (Visualizer)”, Caetano Veloso / Diretores: Paula Lavigne e Fernando Young
País: Brasil / Para quem gosta de: MPB, art pop
18. “edamame”, bbno$ & Rich Brian / Diretor: Reggie
País: Canadá, Indonésia / Para quem gosta de: pop rap, hip house
17. “Allo (Mood Video)”, LOBODA / Diretor: Alan Badoev
País: Ucrânia / Para quem gosta de: pop russo, dance-pop
16. “Point And Kill”, Little Simz & Obongjayar / Diretor: Ebeneza Blanche
País: Reino Unido, Nigéria / Para quem gosta de: pop rap, afrobeat
15. “Wild Side”, Normani & Cardi B / Diretora: Tanu Muino
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: r&b contemporâneo
14. “Happier Than Ever”, Billie Eilish / Diretora: Billie Eilish
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: pop americano, noise pop
13. “Kiss of Life”, Kylie Minogue & Jessie Ware / Diretora: Sophie Muller
País: Austrália, Reino Unido / Para quem gosta de: nu-disco, dance-pop
12. “Girl From Rio”, Anitta / Diretor: Giovanni Bianco
País: Brasil / Para quem gosta de: r&b contemporâneo, pop rap
11. “INNOCENT (FAGBO)”, Niniola / Diretor: Adasa Cookey
País: Nigéria / Para quem gosta de: afrobeats, pop nigeriano
10. Афган (Afgan), Max Korzh / Diretor: Azar Strato
País: Belarus / Para quem gosta de: rap russo, pop rap
Talvez não exista um encontro que tenha tanto a cara do nosso site como o de Max Korzh com o Afeganistão. Filmado dois meses antes da retirada das tropas estadunidenses do país asiático, “Afgan” é um belo trabalho que promove um grande choque cultural entre o mundo do rapper bielorusso e o de uma nação em guerra. O Afeganistão é, acima de todos os medos e visões do ocidente, um país formado com seres humanos iguais a quaisquer outros (e por isso, têm dores, anseios, famílias, amenidades, momentos de tristeza ou felicidade, etc).
9. “PALI”, Marina Satti / Diretores: Theo Gennitsakis & Samuel Rixon
País: Grécia / Para quem gosta de: pop grego
O tão aguardado retorno de Marina Satti após o estouro que foi “Mantissa”, um dos maiores acontecimentos na música mundial em 2017, foi bastante justo. “Pali” é inspirado no estilo cinematográfico da era “El Mal Querer” de Rosalía e apresenta um variado repertório de imagens da cidade grega de Mavrothalassa (conta com uma inspiração na cultura cigana da região).
8. “Colors and Shapes”, Mac Miller / Diretor: Sam Mason
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: rap americano
“Colors and Shapes” é possivelmente um dos melhores clipes animados em muito tempo. É uma viagem psicodélica e surreal pelo mundo do cachorro de Mac Miller, Ralph, e tratado com o mesmo cuidado dos outros materiais póstumos que tem sido lançados em nome do rapper.
7. “Working for the Knife”, Mitski / Diretora: Zia Anger
País: Japão, Estados Unidos / Para quem gosta de: cantautores (as), art rock
A esse ponto da carreira da cantora Mitski é possível dizer que ela é também uma grande atriz. Em “Working For The Knife”, Mitski explora mais uma vez o sentimento de solidão, mas agora com uma caminhada bizarra cheia de coreografia e momentos estranhos. Nada é mais Mitski do que aparecer em um teatro vazio e ser filmada lambendo o corrimão da escada (e estamos vivendo por isso).
6. “Thot Shit”, Megan Thee Stallion / Diretor: Aube Perrie
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: pop rap
Megan Thee Stallion é uma das maiores rappers a surgir nos últimos anos e tanta exposição vem com custos. Ainda mais quando se escolhe ser uma mulher que se permite ser sensual e fala sobre isso. “Thot Shit” é um vídeo que serve como “réplica” da rapper aos seus críticos e conta com um universo de puro pesadelo para um político branco hipócrita que a abomina. Com direito a café quente na cabeça e mutilação genital.
5. “MAFIOSA”, Nathy Peluso / Diretor: Agustín Puente
País: Argentina / Para quem gosta: pop latino, salsa
Após viralizar com a performance maluca de “Sana Sana”, Nathy Peluso segue criando visuais memoráveis e bate no peito em prol da própria excentricidade no clipe de “Mafiosa”. Na canção, ela fala sobre os homens que se desesperam ao ver uma mulher confiante, mas no vídeo é o local em que Nathy coloca realmente tudo que sabe fazer. Filmado em Madrid, a produção é como se fosse um ode a tudo que faz da cantora argentina uma artista tão impossível de se ignorar.
4. “INDUSTRY BABY”, Lil Nas X & Jack Harlow / Diretor: Christian Breslauer
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: pop rap, rap americano
Se você considera “Montero” um clipe bom, mas meio “camp” demais, “Industry Baby” é o perfeito para você (não que ele também não seja). Na produção de Christian Breslauer, Lil Nas X mostra que veio para borrar as barreiras impostas aos rappers homens com visuais que seguem a cartilha das divas pop: muita coreografia, muitos dançarinos, visuais marcantes – mas neste caso com um grau de subversão aos padrões heteronormativos.
3. “Скандал” (Skandal), Tina Karol / Diretor: Indy Hait
País: Ucrânia / Para quem gosta de: pop russo
Além do ponto de vista musical, “Skandal” marca uma ruptura estética gigantesca para Tina Karol. No clipe assinado pelo azeri Indy Hait, a cantora aparece como uma robô com aparência humana que é observada com distanciamento por cientistas (uma coisa meio Estranho Passageiro). Apesar da simplicidade, o vídeo de “Skandal” permanece como um dos mais distinguíveis do pop no Leste Europeu em 2021.
2. “ШУМ” (Shum), GO_A / Diretores: Ivan Buianskyi & GO_A
País: Ucrânia / Para quem gosta de: folktronica, música ucraniana.
Como se “Shum” já não fosse suficientemente única por si só, o primeiro vídeo (existe outro) da música consegue elevar ainda mais a experiência. O clipe foi gravado em um local que lembra Chernobyl (mas é apenas um monte em Kiev) e parece induzir que exista algum tipo de mensagem mais séria por trás do vídeo (até por conta das vestimentas). Entretanto, a própria banda descarta a ideia. “Nós nos reunimos à noite, fomos ao shopping, compramos roupas de proteção e decidimos apenas gravar um vídeo engraçado no telefone”, disse a vocalista Katerina Pavlenko em entrevista para a BBC Ucrânia. A gravação e edição feitas em um smartphone provam que quando se tem um bom conceito – como despir um grande aspecto da cultura ucraniana em torno de uma coreografia esquisita – um budget imenso não é essencial.
Clipe do ano: “Bestseller”, Max Barskih & Zivert / Diretor: Alan Badoev
País: Ucrânia, Rússia / Para quem gosta de: pop russo
O ucraniano Alan Badoev (já mencionado quatro vezes durante a lista) é, com sobras, um dos melhores diretores no mundo atualmente. Seus clipes geralmente têm uma cara única, mas ao mesmo tempo facilmente perceptíveis por conta de seus princípios gerais: dinamismo, takes rápidos ou pouco convencionais e temáticas muitas vezes sem pudor algum, como no sensual clipe de “Shantaram” da cantora Anna Sedokova.
Max Barskih e Badoev formam uma “dream team” desde o início da carreira do popstar. E sempre funciona muito bem pois o cantor é perito em se reinventar visualmente. Já teve temática zumbi, introspectiva, retrô… Várias fases de Barskih surgiram com o auxílio do diretor artístico e a qualidade é sempre muito interessante. Em “Bestseller”, Badoev criou um universo cyberpunk que teve como inspiração o mundo moderno e busca representar a nossa solidão ultra tecnológica. “Trata-se de duas almas cujos corpos são controlados pelo ‘Vale do Silício’, a inteligência artificial. Tudo o que resta desse amante é o encontro em sonhos virtuais do mundo digitalizado”, relata a equipe de Barskih no release do clipe.
É impressionante a capacidade destes dois (agora com o auxílio raro de uma colaboração musical com uma artista do calibre de Zivert) em criar a partir do nada grandes visuais. Em 2021, não tivemos clipe mais memorável, viciante e distinguível do que “Bestseller”. E serve quase como uma indireta para dois países que andam flertando com uma nova guerra: juntos, Ucrânia e Rússia são mais fortes e sempre foi assim.
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2 thoughts on “Os 50 melhores clipes de 2021”