O #2021inReview segue a saga de revisar tudo de bom e ruim que rolou no ano com uma estreia: a lista de melhores EPs! Não vai mais ter mistura entre o formato e a seleção com álbuns (apenas quando o EP parecer disco e der na telha do admin).
Com a cultura do streaming bombando, os EPs estão mais em alta do que nunca. São aliados dos artistas em diversos aspectos, como testar uma nova sonoridade com o público, criar um projeto paralelo mais fugaz ou até mesmo ajuda-los a levantar fundos para um álbum!
O Kolibli ouviu poucos EPs esse ano (em torno de 20), mas achou interessante dar holofote para os grandes trabalhos deste tipo. Como sempre, criamos uma playlist no Spotify com uma música de cada selecionado para que você os conheça.
OBS: nomes em alfabetos não latinos serão apresentados na versão romanizada, entre parênteses.
Menções honrosas
“Vibe Original”, Zé Vaqueiro / País: Brasil
Para quem gosta de: pop brasileiro, piseiro.
“Двойной рай” (Dvoynoy Ray), Tina Karol / País: Ucrânia
Para quem gosta de: pop russo, pop nostálgico, r&b contemporâneo
5° “Nkulunkulu”, Kamo Mphela
País: África do Sul
O EP de Kamo Mphela é uma jornada essencial aos que buscam entender um pouco do que toca na África do Sul. O ritmo amapiano (geralmente uma mistura de deep house, jazz piano e lounge) é bem representado nas quatro faixas do projeto. E em especial, na faixa-título que também é a música de maior sucesso.
Faixas favoritas: “Nkulunkulu”
Para quem gosta de: música da África subsaariana, afrobeats, amapiano, house sul-africana.
4° “dofamin”, DOROFEEVA
País: Ucrânia
O primeiro projeto mais encorpado lançado por Nadya Dorofeeva em sua carreira solo mostra que a cantora não é um fenômeno restrito aos tempos de Vremya I Steklo. “Dofamin” representa um pop energético e cheio de atitude, como outras colegas do Leste Europeu (Loboda ou Olga Buzova) aprovariam.
Faixas favoritas: “gorit”, “bam bam”
Para quem gosta de: pop russo, electropop
3. “Lagos to Jozi”, Niniola
País: Nigéria
O mais interessante sobre “Lagos to Jozi” é essa pegada de pan-africanismo musical. Se nossos sons, como conterrâneos de um mesmo continente, são tão parecidos, por que não misturar? Como o título faz alusão, a cantora embarca em uma viagem para a África do Sul buscando se esbaldar no amapiano e na house do país. E assim como no frenético single “I Did It (Bum Bum)” com a sul-africana Lady Du (capa do post), “Lagos to Jozi” tem a habitual qualidade dos outros trabalhos de Niniola. O maior defeito mesmo é não ser um álbum.
Faixas favoritas: “I Did It (Bum Bum)”,
Para quem gosta de: pop russo, electropop
2. “timeabout,”, Yukika
País: Coreia do Sul, Japão
Apesar da mudança de gravadora (saiu do selo Estimate para a Ubuntu Entertainment), Yukika segue com a mesma identidade. Em “timeabout”, a cantora manteve um pouco das estéticas nostálgicas da city pop, mas em uma direção muito mais alinhada com o k-pop tradicional. É um EP que veio para mostrar que “Soul Lady”, nosso Kolibli Álbum do Ano de 2020, não foi um momento de “sorte” para uma artista que segue entregando consistência e qualidade.
Faixas favoritas: todas
Para quem gosta de: k-pop, city pop, dance-pop
EP do ano: “Te ao mārama”, Lorde.
País: Nova Zelândia
A existência do EP “Te ao mārama” já é um dos momentos mais malucos que presenciamos em todos estes anos cobrindo música. Como pode um álbum fraco como “Solar Power” originar um projeto tão superior? A resposta está no formato fonográfico escolhido. Ao lançar um EP com versões alternativas de cinco músicas do álbum, Lorde não só elevou a qualidade de todas elas, como também resumiu “Solar Power” ao que realmente importava.
A escolha da língua maori, que é um idioma nativo da Nova Zelândia, reposicionou o álbum e o fez perder a cara de “Vitor Kley de saias” que tanto incomodava. Como reconhecido pela própria, a cultura maori e a cultura neozelandesa são inseparáveis, fazendo deste um momento oportuno para realizar um encontro. É também inegável como as músicas combinam muito mais com a língua nativa do país e a sua histórica conexão com a natureza do que o superestimado inglês.
“Te ao mārama” foi feito com cuidado para não parecer algum tipo de apropriação cultural ridícula, conta com a produção e auxílio de artistas e tradutores da comunidade maori e tem seus fundos revertidos para duas instituições de caridade da Nova Zelândia. Cai muito bem ao projeto, que parece ser um grande presente de uma das maiores cantoras do mundo anglófono.
Faixas favoritas: todas
Para quem gosta de: folk pop, música maori.
Leia também:
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