É normal vivenciarmos anos mais fracos do que outros, mas algo possível de garantir é que as boas músicas nunca deixam de ser lançadas. Por isso (e como de costume), o Kolibli teve a difícil tarefa de reunir apenas as 100 melhores que 2022 teve a oferecer por todo o mundo. A pré-seleção contou com aproximadamente 150 canções, então muita coisa legal ficou de fora.
Antes de pularmos para a lista, é importante reforçar algumas regras utilizadas pelo Koli:
- Sem choro: para colocar o maior número possível de nomes diferentes, selecionamos apenas uma música por artista principal. Participações, duetos e outros tipos de colaborações secundárias são permitidas.
- Período de elegibilidade: o ano de 2022. Nem um dia a mais, nem um dia a menos. A única exceção fica por conta das canções relacionadas ao Eurovision e suas seletivas nacionais, já que elas são projetadas para serem trabalhadas no ano seguinte. Por exemplo, as músicas da Albânia e da Ucrânia no festival e que já foram reveladas em dezembro só serão contabilizadas para 2023.
- Regravações, covers e músicas ao vivo são 100% permitidos, mas com cautela. Usando um exemplo de 2021, não seria muito legal considerar a nova versão de “State Of Grace” feita pela Taylor Swift pois é muito parecida com a original, mas a de 10 minutos de “All Too Well” ou outras inéditas poderiam entrar.
- As músicas barradas mais marcantes ganham uma menção honrosa.
Criamos playlists no Spotify e no Youtube com todas as músicas selecionadas para que você as conheça. Cada música conta com o país* de origem (nacionalidade dos artistas principais) e uma descrição de seus gêneros musicais e sonoridades. Como seria muito difícil escrever um texto para cada canção (aí sim a lista só sairia em 2024), deixamos eles restritos ao top 25. Bora lá!
*O Koli busca respeitar as origens de cada artista, mas também é importante trazer nacionalidades que sejam relevantes ao seu trabalho. Por exemplo, a cantora Anna Vissi (presente na lista) nasceu no Chipre, mas também é essencial tratá-la como uma personalidade grega pois viveu a vida toda lá. Senidah, que é cantora eslovena e também está na lista, canta em sérvio e por isso consta também com dois países.
As 100 Melhores Músicas de 2022
Estatísticas dos mencionados: 5 continentes, 41 países ou territórios; 22 idiomas
Playlist no Spotify | Playlist no Youtube
Menções honrosas
Todas do “Renaissance” de Beyoncé que não puderam entrar aqui / País: Estados Unidos
“Die Together”, Amanda Tenfjord / Países: Grécia, Noruega
“Out of Sight”, Emma Muscat / País: Malta
“Blenda”, Charlotte Adigéry & Bolis Pupul (por não ser de 2022) / País: Bélgica
“Rich Flex”, Drake & 21 Savage / Países: Canadá, Estados Unidos
“River”, Ochman / Países: Polônia, Estados Unidos
“Disko”, LPS / País: Eslovênia
“Billions”, Caroline Polachek / País: Estados Unidos
“Not Your Mother”, Lolita Zero / País: Lituânia
“Maldivas”, Ludmilla / País: Brasil
“MR. INDEPENDENT”, Grant Knoche / País: Estados Unidos
“ANTAGONISTA”, Bélen Aguilera / País: Espanha
100. “Aquamarine (feat. Michael Kiwanuka)”, Danger Mouse
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: rap americano
99. “À toi”, -M-
País: França / Para quem gosta de: pop francês, nu-disco
98. “Mixed Nuts”, OFFICIAL HIGE DANDISM
País: Japão / Para quem gosta de: j-pop, jazz pop, trilhas sonoras
97. “Hammer of Thor”, Oda Gondrosen
País: Noruega / Para quem gosta de: artpop, eurovision
96. “Behute”, Senidah
Países: Eslovênia, Sérvia / Para quem gosta de: pop balcânico, flamenco pop
95. “4M no Toque – Ao Vivo”, MC Hariel & MC Pedrinho
País: Brasil / Para quem gosta de: funk, pop brasileiro
94. “GRIS”, Lil Supa
País: Venezuela / Para quem gosta de: hardcore hip hop, rap latino
93. “Love Me Out Loud”, CHUNG HA
País: Coreia do Sul / Para quem gosta de: k-pop, baladas
92. “saudade, saudade”, MARO
País: Portugal / Para quem gosta de: alt-pop, eurovision
91. “Aima”, Anna Vissi & Daphne Lawrence
País: Grécia, Chipre / Para quem gosta de: laika moderna, pop grego
90. “It Gets Dark”, Sigrid
País: Noruega / Para quem gosta de: dance alternativo, pop
89. “Free Yourself”, Jessie Ware
País: Reino Unido / Para quem gosta de: dance-pop, disco, diva house
88. “Dance Now (feat. Kenny Mason)”, JID
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: trap, rap americano
87. “Down”, Hot Chip
País: Reino Unido / Para quem gosta de: indietronica, dance alternativo
86. “It Hit Me”, Charlotte Adigéry & Bolis Pupul
País: Bélgica / Para quem gosta de: electroclash, spoken word, comentário social
85. “All in”, LUMA
País: Eslovênia / Para quem gosta de: alt-pop, eurovision
84. “Sweet Dreams of Otherness”, Alexisonfire
País: Canadá / Para quem gosta de: stoner rock, post-hardcore
83. “Fulenn”, Alvan & Ahez
País: França / Para quem gosta de: celtic electronica, eurovision
82. “That’s Rich”, Brooke
Países: Irlanda, Reino Unido/ Para quem gosta de: dance-pop, eurovision
81. “Me Dê”, Daniela Mercury
País: Brasil / Para quem gosta de: afoxé
80. “CLAP CLAP”, Spice
País: Jamaica / Para quem gosta de: dancehall
79. “Тесно”, Aarne, Bushido Zho & ANIKV
País: Rússia / Para quem gosta de: hip house, rap russo
78. “Coming Correct Is Cheaper”, Soul Glo
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: hardcore punk, screamo
77. “Sirt”, Iveta Mukuchyan
País: Armênia / Para quem gosta de: dance-pop
76. “VERMELHO”, Gloria Groove
País: Brasil / Para quem gosta de: funk mandelão, pop brasileiro
75. “Tití Me Preguntó”, Bad Bunny
País: Porto Rico / Para quem gosta de: dembow, reggaeton
74. “Bica Bidon”, Pongo & Titica
País: Angola / Para quem gosta de: kuduro
73. “Breathe”, Vladana
País: Montenegro / Para quem gosta de: adulto contemporâneo, eurovision, baladas
72. “Secret (feat. Vince Staples)”, Raveena
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: r&b contemporâneo
71. “Te Felicito”, Shakira & Rauw Alejandro
Países: Colômbia, Porto Rico / Para quem gosta de: dance-pop, funktronica, reggaeton
70. “Scent”, YUKIKA
Países: Coreia do Sul, Japão / Para quem gosta de: dance-pop, city pop, k-pop
69. “Kalp Çare Arar”, emir taha
País: Turquia / Para quem gosta de: r&b conteporâneo
68. “If You Were Alone”, wrs & Andromache
Países: Romênia, Grécia / Para quem gosta de: dance-pop, slap house
67. “WTF”, Eden Ben Zaken
País: Israel / Para quem gosta de: dance-pop, pop israelense
66. “Римую”, ETOLUBOV & Max Barskih
País: Ucrânia / Para quem gosta de: r&b contemporâneo
65. “Olodo (feat. Niniola & Sho Madjozi)”; Fully Focus
País: Quênia / Para quem gosta de: afrobeats, afro-house
64. “Свой дом”, Max Korzh
País: Belarus / Para quem gosta de: rap consciente, rap russo
63. “Treat Me”, Chlöe
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: r&b contemporâneo, pop
62. “פעמון”, Noa Kirel & Itay Galo
País: Israel / Para quem gosta de: dance-pop, pop israelense
61. “Hold The Girl”, Rina Sawayama
Países: Reino Unido, Japão / Para quem gosta de: pop rock, dance-pop
60. “After The Earthquake”, Alvvays
País: Canadá / Para quem gosta de: jangle pop, twee pop, indie rock
59. “The Loneliest Time (feat. Rufus Wainwright)”, Carly Rae Jepsen
País: Canadá / Para quem gosta de: euro-disco, dance-pop
58. “Girls”, ROXOLANA
País: Ucrânia / Para quem gosta de: dance-pop, folk ucraniano
57. “אחלה גבר”; Static & Ben El, Dana International
País: Israel / Para quem gosta de: dance-pop, pop israelense
56. “100% Sustainable”, M.I.A
País: Reino Unido / Para quem gosta de: hip hop experimental, a capella
55. “Lights Off – ESC Version”, We Are Domi
País: República Tcheca / Para quem gosta de: electropop, slap house, eurovision
54. “Mismo Amor”, Julieta Venegas
Países: México, Estados Unidos / Para quem gosta de: dance-pop, synthpop
53. “ESTÁS BUENÍSIMO”, NATHY PELUSO
País: Argentina / Para quem gosta de: pop rap
52. “Tropa do Mantém”; Mc Poze do Rodo, Orochi, Raffé, Ajax, DJ Nemo NTR
País: Brasil / Para quem gosta de: trap, rap nacional
51. “Want”, Niniola
País: Nigéria / Para quem gosta de: amapiano, afrobeats
50. “cuatro veinte”, Emilia
País: Argentina / Para quem gosta de: reggaeton
49. “Her”, Megan Thee Stallion
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: hip house, ballroom
48. “Balkanija”, Tea Tairovic
País: Sérvia / Para quem gosta de: pop balcânico, turbo-folk, chalga
47. “in the wake of your leave”, Gang of Youths
País: Austrália / Para quem gosta de: indie rock
46. “Music For a Sushi Restaurant”, Harry Styles
País: Reino Unido / Para quem gosta de: dance-pop, disco, boogie
45. “The News”, Paramore
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: post-punk revival, dance-punk
44. “Caro amico – LA BODA per CIAO 2021”, LOBODA
País: Ucrânia / Para quem gosta de: synthpop, italo pop
43. “Taxidi Zois – (Part 2 – Fos)”, Konstantinos Argiros & DJ Anjelo
País: Grécia / Para quem gosta de: electropop, pop grego
42. “SEKRET”, Ronela Hajati
País: Albânia / Para quem gosta de: moombahton, pop, eurovision
41. “Повело”, ANNA ASTI
País: Ucrânia / Para quem gosta de: dance-pop, deep house
40. “Shirt”, SZA
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: r&b contemporâneo
39. “La Buena Vida”, Camila Cabello
Países: Estados Unidos, Cuba / Para quem gosta de: mariachi, pop latino
38. “Higher Power”, Anna Bergendahl
País: Suécia / Para quem gosta de: country pop, pop sueco, eurovision
37. “Ay Mamá”, Rigoberta Bandini
País: Espanha / Para quem gosta de: dance-pop, electropop, eurovision
36. “Glimpse of Us”, Joji
Países: Estados Unidos, Japão / Para quem gosta de: cantautor, baladas
35. “GANMA”, Lexie Liu
País: China / Para quem gosta de: mandopop, new beat, electropop
34. “María la Curandera”, Natalia Lafourcade
País: México / Para quem gosta de: cumbia mexicana, jazz latino
33. “різнокольорова”, DOROFEEVA
País: Ucrânia / Para quem gosta de: dance-pop, electropop, pop ucraniano
32. “Hold Me Closer”, Cornelia Jakobs
País: Suécia / Para quem gosta de: alt-pop, baladas, eurovision
31. “גוליית 2”, Nunu
País: Israel / Para quem gosta de: hyperpop, synthpop, pop israelense
30. “Diet Coke”, Pusha T
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: chimpunk soul, rap americano
29. “Anti-Hero”, Taylor Swift
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: alt-pop, synthpop, pop americano
28. “Dead But Pretty”, IC3PEAK
País: Rússia / Para quem gosta de: pop punk, rock industrial
27. “Somewhere Near Marseilles ーマルセイユ辺りー”, Hikaru Utada
Países: Japão, Estados Unidos / Para quem gosta de: nu-disco, deep house, j-pop
26. “De Diepte”, S10
País: Países Baixos (Holanda) / Para quem gosta de: alt-pop, indie pop
25. “El Telephone”; Eleni Foureira, Bobito, Ayman
Países: Grécia, Egito / Para quem gosta de: dance-pop, pop árabe, pop grego
Eleni Foureira pode expandir o seu catálogo de hits para qualquer outro gênero e ainda assim entregar entretenimento de alta qualidade. “El Telephone”, com a produção do DJ Bobito e a participação do egípcio Ayman, é uma baita contribuição para o mainstream grego ao usar influências do pop árabe para criar uma música que seja praticamente um tema de verão.
24. “Concrete Over Water”, Jockstrap
País: Reino Unido / Para quem gosta de: art pop, pop progressivo, glitch pop
Jockstrap é um dos projetos mais estranhos do mundo pois você nunca sabe o que pode vir dele. De vez em quando recebemos um techno esquisito e super eletrizante, mas como na excelente “Concrete Over Water”, somos surpreendidos com um artpop de seis minutos que parece andar sem rumo como em um belo delírio.
23. “ВІЛЬНІ. НЕСКОРЕНІ”, Tina Karol
País: Ucrânia / Para quem gosta de: electropop, dance-pop
É difícil criar música em um contexto como o de uma guerra, pois antes da arte se coloca a vida e em uma posição que não se está acostumado. Por conta disso, a excelência fica em segundo lugar e nem sempre se acerta (como lembramos após citar a música “Don’t Fuck With Ukraine” de Max Barskih na lista de Piores de 2022). E tá tudo bem.
Tina Karol conseguiu o mais difícil: criou uma música que sutilmente trata do conflito, mas sem cair em clichês, como baladas ultradramáticas ou com aquelas letras que parecem ser geradas por inteligência artificial. “ВІЛЬНІ. НЕСКОРЕНІ” (em português, “livre, invencível”) não abre mão da mesma pegada eletrônica desta nova fase de Tina Karol e conta com empoderamento aos ucranianos como nação, mas com um texto que serve para qualquer contexto.
22. “O Forse Sei Tu”, Elisa
País: Itália / Para quem gosta de: pop italiano, baladas, eurovision
“Brividi” pode ter ficado com o troféu do Festival de Sanremo, mas “O Forse sei Tu” foi a melhor música do certame. Elisa é uma experiente vocalista e por isso ela não decepciona, entregando drama com início, meio e fim.
21. “We Cry Together”, Kendrick Lamar & Taylour Paige
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: hardcore hip hop, rap americano, rap experimental
“Mr. Morale” talvez seja o álbum mais fraco de Kendrick Lamar, mas uma faixa atinge o mesmo nível que faz dele um artista da primeira prateleira na história do hip hop. Em uma espécie de “Estilo Vagabundo” americanizada, Kendrick e a atriz Taylour Page reproduzem com fieldade a experiência de se viver um relacionamento abusivo: gritos, xingamentos desmoralizantes ou preconceituosos e sexo pós-briga.
20. “SloMo”, Chanel
Países: Espanha, Cuba / Para quem gosta de: pop latino, dance-pop, eurovision
Após anos de relativa irrelevância no Eurovision, uma latina foi responsável por recriar a Espanha como país no festival. “Slomo” não é uma inovação ou algo que veio para sacudir as placas tectônicas do pop mundial de forma definitiva, mas quando se usa bons fundamentos do gênero, não há como errar. A cubana Chanel criou a sua “Womanizer”, mas com temperos próprios, mostrando que uma farofa bem produzida nas mãos de uma performer é capaz de não só fazer muitos pontos, mas também história.
19. “Думи”, Artem Pivovarov & Dorofeeva
País: Ucrânia / Para quem gosta de: folk contemporâneo, adulto contemporâneo, baladas
Artem Pivovarov é outro excelente exemplo de artista que soube tratar da guerra com uma visão inovadora e particular. “Думи” é uma balada inspirada em um poema do patrono da literatura ucraniana, Taras Shevchenko, e feita em parceria com a famosíssima Dorofeeva. É um dueto intenso embalado por um dedilhado de violão muito gentil e repleto de emoções sinceras e poderosas.
18. “АЭРОЭКСПРЕСС”, Lusia Chebotina
País: Rússia / Para quem gosta de: dance-pop, tropical house
Há quem possa dizer: mas não é mesma música, já que “АЭРОЭКСПРЕСС” é bem parecida com “Солнце Монако”, seu maior hit? Sim, é a mesma música. Mas que culpa Lusia Chebotina tem se “Солнце Монако” é tão boa? “АЭРОЭКСПРЕСС” é uma doce declaração tropical house sobre um amor que está em outro país, a um voo de distância. É até um pouco infame que a música tenha saído dois dias antes da invasão russa na Ucrânia, já que o conflito justamente provocou um êxodo de pessoas dos dois países por motivos diversos.
17. “Марлен”, Lolita
Países: Rússia, Ucrânia / Para quem gosta de: pop, adulto contemporâneo, cantautor
Na guerra entre Ucrânia e Rússia, quem vive entre os dois países não tem direito a omissão. Lolita, uma das vozes mais conhecidas do Leste Europeu, tentou ficar em cima do muro, mas já sofre sanções do governo ucraniano há tempos. A cantora nasceu na Ucrânia Soviética, mas é cidadã russa e age como tal. Lá em março do ano passado (quando o conflito ainda era novo), Lolita teve crises de choro no aeroporto de Istambul após não achar seu voo para Moscou, mas não era apenas esse o motivo. Ela já estava em uma situação de estresse causada pelas incertezas na evacuação de sua mãe e filha de Kiev. Como dito pela própria, a música “Marlen” surge deste sentimento de “histeria” que ela passou no período. É uma carta de alguém que está longe, com mensagens muito ambíguas e que podem representar perfeitamente a sensação de se estar em guerra (mas que no país dela não passa de uma “operação especial”). A luz de “Marlen”, entretanto, é a performance vocal de Lolita que canta com profundidade e uma melancolia que pode ser confundida com bravura.
16. “Gata (feat. Chencho Corleone)”, Anitta
País: Brasil / Para quem gosta de: pop latino, reggaeton, funk mandelão
Quando Anitta quer, Anitta faz. “Gata” é mais um desses momentos em que a ambição da cantora como empresária de si mesma funciona na mesma frequência que a de artista. Ela modificou o reggaeton clássico “Guatauba” do duo porto-riquenho Plan B, mas não quis só fazer um karaokê em cima do sample e escolhe terminar a música com uma inserção inesperada de funk. Torço muito por mais momentos desta Anitta megalomaníaca no futuro.
15. “BIZCOCHITO”, ROSALÍA
País: Espanha / Para quem gosta de: dembow, reggaeton, chiptune
Em um álbum que chegou com status de evento global, era natural que músicas não trabalhadas como single também fossem sucessos. Seja pelo Tiktok ou pelos memes, “Bizcochito” se tornou uma destas com muito merecimento. É um dos grandes momentos em que é colocada em prática a “falsa simplicidade” de “Motomami’, onde até uma música boba como esta resgata diversas referências (dos ringtones de celulares antigos até uma vaga reedição da Macarena).
14. “浴室 ~la salle de bain~ – Takkyu Ishino Remix”, Sheena Ringo
País: Japão / Para quem gosta de: house, j-pop
Um bom remix pode ter dois objetivos, sendo ao menos um deles obrigatório: maximizar as qualidades de um lançamento ou dar uma cara totalmente nova a ele. Em seu álbum “百薬の長”, a japonesa Sheena Ringo consegue as duas coisas com maestria no remix de “La Salle de Bain” (2008). O que antes era uma música meio pálida virou um chique house pronto para as pistas de dança que parece se derreter (como um chocolate quente) a cada segundo que toca.
13. “Shadows of Forgotten Ancestors”, Alina Pash
País: Ucrânia / Para quem gosta de: folk pop, pop ucraniano, slam poetry
Vencedora do Vidbir (seletiva ucraniana para o Eurovision), Alina Pash acabou tendo que desistir de participar do festival após repercutir na mídia nacional uma suposta viagem ilegal feita por ela na região da Crimeia (anexada pela Rússia). Tempos depois, Alina confirmou o acontecido e pediu desculpas. Seus substitutos (Kalush Orchestra) provaram que esta talvez fosse a melhor decisão já que venceram o Eurovision, mas eu duvido que Alina Pash não tivesse o mesmo fim. “Shadows of Forgotten Ancestors” tem semelhanças, como uso do rap (ela em inglês, eles em ucraniano), mas aqui existe um tom mais dramático e uma tensão sufocante que a torna tão especial quanto.
12. “SPIRTO KE VENZINI”, Marina Satti
País: Grécia / Para quem gosta de: art pop, pop grego
Se você analisar a letra sugestiva e sensual de “Spirto Ke Venzini”, vai perceber que talvez seja a mais genérica da carreira de Marina Satti. Entretanto, a trivialidade não é algo ruim (ou metade desta lista nem estaria aqui). O mundo inteiro (menos a Índia) cozinha hambúrgueres e nem por isso todos vão sair ruins como o do Burger King (perdão a quem gosta). A cantora grega usou de ingredientes comuns para construir um banquete com a sua cara: repleto de pretensão (do bem), dinamismo e instantaneamente viciante (tanto que é o maior hit do álbum “Yenna”).
11. “Muškarčina”, Sara Jo
País: Sérvia / Para quem gosta de: electropop, eurovision
2022 parecia ser o ano perfeito para Sara Jo ganhar o direito de representar a Sérvia no Eurovision, mas ela não contava com a onda “Biti zdrava”. Tem seletivas que parecem campeonato para ver quem passa mais vergonha, mas também existem aquelas que são tão fortes quanto uma semifinal do Eurovision de fato. Assim, o destino acabou por colocar uma das melhores músicas da história do festival justo na competição que tinha “Muškarčina” de Sara Jo, mas seu esforço para trazer uma entrada misteriosa, arrojada e original não pode ser esquecido.
10. “Stefania”, Kalush Orchestra
País: Ucrânia / Para quem gosta de: pop rap, folk ucraniano, eurovision
O projeto Kalush Orchestra é a representação deste meme antigo. Muito odiados por parte dos fãs de Eurovision por conta de sua vitória na última edição, os ucranianos têm mais pontos positivos do que desqualificantes. Primeiro é o fato de que “Stefania” é um pop rap com elementos folclóricos que já subverte toda a história complicada do Eurovision com o gênero (mais pela falta de qualidade), sendo essa a sua primeira vitória. E em segundo lugar por não ser a típica canção apelativa que a Europa poderia esperar de um país em guerra. Com o impulso ou não de um sentimento continental de pena, “Stefania” é um sucesso pois conseguiu se fazer como algo palatável e novo para a audiência europeia.
9. “Evoque Prata”; MC MENOR HR, MC Menor SG, DJ Escobar
País: Brasil / Para quem gosta de: funk mandelão
Possivelmente o melhor hit brasileiro de 2022, “Evoque Prata” resgata bons fundamentos do funk que era feito há alguns anos, mas com o pé na modernidade. Consegue ser um viral de Tiktok sem ser monossilábica ou idiota como qualquer música atual do Pedro Sampaio.
8. “Вода”, Polina Gagarina
País: Rússia / Para quem gosta de: electropop, dance-pop, synthpop, pop russo
A reinvenção de Polina Gagarina com o álbum “Вдох” passa pela força de seu primeiro single, “Вода” (em português, “água”). A especialidade da cantora russa, além dos constantes apoios ao terrível Vladimir Putin, é o seu vocal agudo dramático e teatral. Quando se é uma das melhores intérpretes no mundo, acaba sendo tentador viver do feijão e arroz nas baladas para as rádios. Mas aqui ela se volta aos anos 80 para trazer uma dor de cotovelo que é ao mesmo tempo “empatizável” e única.
7. “Sentimentai”, Monika LIU
País: Lituânia / Para quem gosta de: art pop, lounge, disco, eurovision
Até uma pessoa como eu, que sempre fala de Eurovision por todo lugar, acabou se perguntando se “Sentimentai” seria boa demais para um festival como esse. Desde a pegada lounge à delicadeza nos vocais, que contam com um aceno aos anos 70 e aos Carpenters (como bem lembrado por um colega do site Wiwibloggs), Monika Liu entregou não só um momento memorável para a Lituânia no Eurovision, mas também uma declaração de que o país não pode esperar quase 30 anos para cantar em seu belo idioma nacional.
6. “Fils de joie”, Stromae
País: Bélgica / Para quem gosta de: pop francês, funk brasileiro
Na “Multitude” de Stromae, “Fils de Joie” talvez seja o maior destaque pois mostra que é possível criar música pop que não caia em lugar comum. Quem ouve pensa que a música é sobre qualquer amenidade do dia a dia, mas a letra é pesada. Trata de um relato oriundo de um filho de uma ex-prostituta que Stromae conheceu enquanto assistia um programa de televisão. É um desabafo misturado com discurso de velório que nas mãos do artista belga virou um funk francês de primeira linha. Ao representar a sociedade “que apedreja, mas usufrui os trabalhos de garotas de programa”, “Fils de Joie” entrega sonoramente esta mesma colisão de sentimentos contraditórios que só um gênio como Stromae poderia construir.
5. “Less Than Zero”, The Weeknd
País: Canadá / Para quem gosta de: pop francês, funk brasileiro
Nem “Blinding Lights” ou qualquer outra música: o maior hit do The Weeknd deveria ter sido “Less Than Zero”. É a magnum opus definitiva do canadense e que resume a sua carreira: muita melancolia e autodepreciação, mas com doses generosas de engenhosidade na produção de um sucesso. Com a vibração que cresce aos pouquinhos, esta melodia com os sintetizadores é uma das mais lindas que eu ouvi nesta nova década. A posição de “Less Than Zero”, que é a penúltima no “Dawn FM”, não é aleatória, pois a faixa carrega uma forte sensação de fim de show – quando o público canta mais forte.
4. “Escapism. (feat. 070 Shake)”, RAYE
País: Reino Unido / Para quem gosta de: pop rap, r&b alternativo, uk hip hop
A cantora britânica Raye tem uma daquelas histórias que coloca um sorriso no rosto de qualquer pessoa de bem. Após assinar um contrato de quatro álbuns com a gravadora Polydor, Raye foi enrolada e escanteada por anos pelo selo mesmo provando que era uma boa artista. Não como no nível que é hoje, já que ela praticava uma autocensura em nome do que a Polydor achava melhor, mas soltava boas músicas como “Natalie Don’t”. Ela já escreveu para artistas como Beyoncé e Charli XCX, mas com esta gravadora Raye vivia como uma diva pop de segundo escalão e/ou alternativa.
Tudo mudou no fim de 2021 quando ela decidiu largar o selo e se tornar independente. Em 2022, Raye então de fato mostrou ao que veio sem as amarras estabelecidas por alguns homens de terno e gravata. Com uma abordagem mais obscura, visualmente até flertando com o emo, mas ainda pop, a cantora começou a trazer honestidade no que lançava. É por isso que os singles que anteciparam o seu primeiro álbum, “My 21st Century Blues”, formaram uma sequência quase perfeita para um projeto de estreia como esse. De todos eles, destaco “Escapism” pois não só é uma música fantástica, mas também muito rara atualmente.
Poderiam pensar os idiotas executivos de sua gravadora que o negócio “é pasteurizar canções e entregar qualquer coisa ao público do TikTok” como se fossemos todos burros. Entretanto, como em um jogo de Uno, Raye jogou a carta do reverso. Em “Escapism.”, ela apresenta uma história profunda sobre uma noitada pós-término de relacionamento com imensa fidelidade. As imagens são ricas e ela faz questão de jogar na nossa cara, como o fato de que ela está com companhias que ela nem confia muito e que estão cheirando cocaína no banco de trás do táxi. É bonito ver uma artista pop ocidental se preocupando em criar algo atemporal, que tenha mais de quatro minutos e vocalmente no ponto. Ela mistura fragmentos do r&b, rap e até o rock sem se aprofundar em nenhum, mas com imensa atitude em todos. “Escapism.” viralizou no TikTok, entrou no top 25 dos Estados Unidos e foi número 1 no Reino Unido (o primeiro de sua carreira) provando de uma vez por todas que liberdade artística sempre será a melhor estratégia. Quem ri por último, ri melhor.
3. “Sunset”, Caroline Polachek
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: flamenco pop, pop americano
O que menos eu poderia esperar em 2022 era ver Caroline Polachek, a nova It girl do pop alternativo, fazendo um flamenco pop. E ao contrário do que quem leia pode pensar, o melhor é que em momento algum ela de fato traz um vocal ou um estilo compatível com o gênero. O tempo e a cadência sim trazem o flamenco, mas de resto é apenas uma canção pop de primeira que, como se diz no futebol, é um “gol de almanaque”. Seja pelos vocais impressionantes de Polachek ou pela produção, não há um momento em “Sunset” que não brinque com a surrealidade e clame por uma vida útil que vá além de 2022 ou 2023.
2. “ALIEN SUPESTAR”, Beyoncé
País: Estados Unidos / Para quem gosta de: dance-pop, ballroom, pop rap
“Renaissance” praticamente não tem momentos de destaque, já que ele por completo é o destaque. Soa até injusto escolher apenas um para resumir o que foi Beyoncé com o clássico instantâneo de álbum que ela lançou em 2022. Cabe então cair no clichê de optar pela favorita dos fãs: “Alien Superstar”. É a terceira faixa na setlist e mostra que não poderia ter um lugar melhor para estar disposta, pois parece uma conclusão do que a abertura estilo Yeezus “I’m That Girl” e “Cozy” iniciam. É um híbrido dançante que traz referências tão numerosas quanto os compositores creditados (são 24). Do sample inicial que nos coloca nos anos 90 ao ballroom, mas com imagens que vagamente remetem ao afro-house e ao amapiano. Há também a sutileza do texto racial de empoderamento presente na letra e no discurso de Barbara Ann Teer. Antes a humildade de se querer fazer história com um verdadeiro time de futebol de compositores do que a mediocridade de muitos que escrevem sozinhos e sentem que é o suficiente.
1. “In corpore sano”, Konstrakta
País: Sérvia / Para quem gosta de: pop, cantautor, art pop
“In Corpore Sano” é daquelas experiências para sempre se lembrar e que fazem o Eurovision ser um evento tão único e rico musicalmente (ainda que muitos, por pura ignorância, tratem ele como mais um “The Voice”).
Na seletiva nacional da Sérvia (Pesma za Evroviziju), tudo se encaminhava para que a badalada Sara Jo ou outras mais ou menos nesta pegada pop vencessem o torneio. Konstrakta, uma quarentona conhecida no circuito underground do país por ser a vocalista do grupo Zemlja gruva, corria por fora. Até a própria não parecia acreditar muito na possibilidade de vitória, já que “In Corpore Sano” foi inscrita na seletiva por terceiros e era a única de seu novo projeto (“TRIPTIH”) que atendia as regras do Eurovision. Entretanto, o cenário virou de cabeça para baixo após a apresentação da música durante a primeira semifinal do Pesma za Evroviziju. Surpreendeu, se classificou para a final e venceu.
Musicalmente, a versão de estúdio de “In Corpore Sano” com sons básicos do Fruity Loops pode até soar rudimentar ou barata, mas todo o seu poder se concentra na letra. É nela que Konstrakta dispõe de uma genialidade ímpar que, praticamente sem querer, desbloqueou mais uma fórmula secreta para se ter uma entrada perfeita no Eurovision. Como os fãs do festival sabem, cada música pode ter no máximo três minutos, então é arriscadíssimo tentar dizer muita coisa neste tempo curto. Aliás, é ainda mais perigoso entregar algo incompreensível para a maior parte da audiência europeia, já que a canção é em sérvio e latim (a Sérvia conta com uma regra que só permite ser representada por músicas no idioma nacional). Propositalmente ou não, o fato é que Konstrakta conseguiu matar a charada com uma ideia muito original e que foi o seu carro-chefe: mesmo cantando em sérvio, se eu citar na música pessoas famosas, todos vão entender.
Shakira continua sendo Shakira em inglês, russo, árabe, mandarim, tagalog e por aí vai. Com a exceção do Papa Francisco e de algumas outras personalidades, todo mundo é conhecido pelo mesmo nome ao redor do globo e sem variações. Assim, Konstrakta inicia a canção citando Meghan Markle.
A não ser que você seja fluente em sérvio, ouvir de cara uma frase em um idioma esquisito que do nada fala da Duquesa de Sussex é bastante bizarro. O que diabos esta mulher está falando sobre Meghan Markle? É ofensa, fofoca ou elogio? A apresentação dificulta ainda mais o entendimento, mas sua excentricidade não é cansativa. Pelo contrário, instiga mais a nossa vontade de decifrar que desgraça esta mulher está pensando. Com uma coreografia ritualística em que Konstrakta aparece como se fosse uma enfermeira, ela é rodeada por padres (ou pessoas da classe eclesiástica) enquanto lava as suas mãos. No infeccioso refrão, a cantora repete a frase “biti zdrava” batendo palmas como se todos chegássemos a algum tipo de conclusão.
Com três minutos para tentar impressionar mais de 170 milhões de telespectadores, Konstrakta escolheu fazer o caminho contrário: dizer nada, ou melhor, confundir para atrair. Com certeza boa parte das pessoas que fizeram “In Corpore Sano” ser a quarta música com mais pontos entre o público se animou com o culto sérvio de Konstrakta, o refrão “biti zdrava” ou o conjunto da obra. mas há aqueles que talvez tivessem a curiosidade de ir até o Google entender o que a Meghan Markle tem a ver com isso.
Assim como as outras faixas do projeto “Triptih”, “In Corpore Sano” é uma faixa que tece comentários sobre a sociedade moderna da Sérvia. Konstrakta é tão sagaz como compositora que cada linha aqui é indispensável para o todo, construindo um cenário que todos nós poderíamos se identificar. É como um dia de devaneios pessoais, que no caso começa com o pensamento sobre “qual seria o segredo por trás do cabelo saudável (ou hidratado) de Meghan Markle”.
Koja li je tajna zdrave kose Megan Markl?
Qual o segredo por trás do cabelo saudável de Meghan Markle?
Koja li je tajna?
Qual o segredo?
Koja li je tajna zdrave kose Megan Markl?
Qual o segredo por trás do cabelo saudável de Meghan Markle?
Koja li je tajna? (Koja li je tajna?)
Qual o segredo? (Qual o segredo?)
Mislim da u pitanju je duboka hidratacija
Acho que é uma boa hidratação
Kažu da na koži i kosi se jasno vidi sve9
Dizem que a pele e os cabelos mostram tudo com clareza
Recimo, tamni kolutovi oko očiju ukazuju na probleme s jetrom
Por exemplo: círculos escuros ao redor dos olhos indicam problemas de fígado
Fleke oko usana možda uvećana slezina
Manchas ao redor dos lábios significam baço alargado
Uvećana slezina nije dobra, nije lepa
Um baço alargado não é bom, nem bonito
A umetnica mora biti zdrava
Porque uma artista – ela tem que ser saudável
Fonte e letra completa: https://lyricstranslate.com/en/corpore-sano-em-corpo-sao.html
A própria Konstrakta se esquiva um pouco quando a perguntam sobre o que a música fala de verdade em seu todo, mas garante que fala (obviamente) sobre como nós tratamos a saúde. É um retrato da paranoia hipocondriaca da nossa sociedade, que nas palavras dela, trata o bem estar corporal como “algo totalmente ao nosso alcance”, mas que na verdade não é. “Mens infirma in corpore sano” (mente sã em um corpo são) é uma das frases em latim que aparecem na música (e pela primeira vez na história do festival) e que fazem um complexo paralelo. O ditado, que vem dos tempos romanos, parece ser mais do que um enfeite para dar falsa sensação de profundidade a essa música. Muito pelo contrário: busca lembrar que certos medos que os seres humanos tem não envelhecem, como a preocupação com a saúde, a vida e a morte. Aqui eles são colocados, nos dias de hoje, em uma perspectiva pessoal de Konstrakta: a artista, que como dito na faixa, sempre tem que estar saudável. Só que uma cantora “nem tão famosa” como ela tem direito a bons hospitais e um plano de saúde? E estar fisicamente bem seria o suficiente para se atestar qualidade de vida? Nem ela sabe dizer, pois termina a canção perguntando “o que devemos fazer agora”.
Não se tem resposta pois a maior parte das coisas mundanas muitas vezes não tem muita lógica mesmo. Ou então são muito multifacetadas para serem simplificadas. O que eu posso assegurar é que em três minutos Konstrakta fez história não só para seu país, mas deixou uma marca eterna em um festival já repleto de tantos atos consagrados. O que devemos fazer agora, Konstrakta? Eu sugiro fechar o texto dizendo que você teve a melhor música de 2022.
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